Ama ilegal detida por maus-tratos e abandono de crianças em Lisboa

Segundo a PSP, a mulher “tomava conta, permanentemente, de cinco crianças, todas menores de idade”, enquanto os seus pais trabalhavam. A suspeita foi constituída arguida e sujeita à medida de coacção de termo de identidade e residência.

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Daniel Rocha

A PSP deteve na sexta-feira em Marvila, Lisboa, uma mulher que é suspeita de maus-tratos e exposição ou abandono de crianças de quem tomava conta na sua casa, em situação semelhante à de creche ilegal, “sem as mínimas condições”. Num comunicado, a PSP revela que, “por se encontrarem em perigo”, as três crianças foram retiradas à mulher de 67 anos.

O alerta partiu da direcção de uma escola. Uma aluna, menor de idade, terá sido vítima de maus-tratos com um bastão e, depois da intervenção da equipa do programa Escola Segura da polícia, acabou por ser transportada para o hospital. As autoridades foram posteriormente à residência onde teriam ocorrido os maus-tratos, no sentido de recolher provas, mas “ninguém abriu a porta, apesar de várias insistências e de ser perfeitamente audível o som de um aparelho televisivo”, refere a PSP na nota.

A proprietária da residência acabou por ser interceptada no exterior da habitação e autorizou a entrada da PSP no domicílio, onde os polícias “encontraram uma criança, com um ano de idade, completamente abandonada à sua sorte, no interior de um berço”. “Foram accionados os meios de socorro que, depois de uma primeira análise, decidiram transportar [também esta] vítima para uma unidade hospitalar”, indica a PSP, na nota.

Segundo a PSP, a mulher “tomava conta, permanentemente, de cinco crianças, todas menores de idade”, enquanto os seus pais se dedicavam em exclusivo à actividade laboral”.

A mulher era remunerada por este serviço, “apesar de não declarar esses montantes recebidos, assemelhando-se a sua prática à de uma creche, em regime de 24 sobre 24 horas, sem as mínimas condições de segurança e de bem-estar para as crianças que lá residiam, colocando em flagrante e grave comprometimento a integridade física e psíquica dos menores”, é acrescentado na nota.

No domicílio, a PSP apreendeu um bastão idêntico aos vulgarmente transportados à cintura pelos membros das forças policiais, que foi “o objecto utilizado na agressão” à criança, além de duas armas utilizadas em artes marciais. A suspeita foi constituída arguida e sujeita à medida de coacção de termo de identidade e residência.

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