PCP “deplora o empenho” do Governo português no alargamento da NATO

Comunistas consideram a posição portuguesa um sinal claro da “submissão aos interesses” dos Estados Unidos e dizem que o alargamento da NATO representa um “sério agravamento da tensão” na Europa.

Foto
PCP diz que entrada da Finlândia e da Suécia constitui um “sério agravamento da tensão na Europa e no plano internacional” LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O PCP condenou esta segunda-feira a posição do Governo português quanto aos pedidos de adesão à NATO da Finlândia e da Suécia, considerando que o alargamento da Aliança Atlântica representa um “sério agravamento da tensão na Europa e no plano internacional”.

“O PCP deplora o explícito empenho do Governo português neste novo alargamento da NATO e na escalada de confrontação, numa clara expressão de submissão aos interesses dos EUA”, ataca o PCP.

Esta segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudou a decisão dos Governos da Finlândia e da Suécia de solicitar a adesão, considerando que a entrada dos dois países nórdicos “significará um significativo reforço da Aliança Atlântica”, e sublinhou o seu apoio “inequívoco” a uma conclusão “célere” do processo.

Já o PCP, no comunicado enviado às redacções, volta a criticar a escalada do conflito na Ucrânia, referindo que a adesão à NATO dos dois países nórdicos, a confirmar-se, significará “um salto qualitativo” no processo de alargamento da organização e aproxima este bloco político-militar das fronteiras da Rússia, algo que diz ser “um dos factores que está na origem do agravamento da situação na Europa”.

Diz ainda que a entrada da Finlândia e a Suécia na NATO, que coloca em causa “a tradicional neutralidade militar destes dois países nórdicos”, não é uma novidade e dá continuidade a um processo de ampliação da influência deste bloco político-militar que se iniciou 1994.

“Os cinco alargamentos da NATO verificados desde 1999 não apenas contrariam compromissos assumidos desde o fim da República Democrática Alemã e sua integração na República Federal da Alemanha, em 1990, como têm sido acompanhados da promoção de forças hostis à Federação Russa, incluindo forças abertamente fascistas que idolatram os colaboracionistas com os nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Têm sido igualmente acompanhados do avanço de manobras, instalação de equipamentos e provocações militares cada vez mais próximas das fronteiras da Federação Russa”, escreve o Partido Comunista.

Sugerir correcção
Ler 27 comentários