Suécia anuncia oficialmente candidatura à NATO

A primeira-ministra sueca reconheceu que a decisão de se juntar à NATO foi “profundamente influenciada” pela Finlândia que anunciou, no domingo, a intenção de integrar a Aliança Atlântica.

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Magdalena Andersson, a primeira-ministra sueca EPA/HENRIK MONTGOMERY

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e o líder da oposição, Ulf Kristersson, anunciaram oficialmente, esta segunda-feira, o pedido de adesão do país à NATO, terminando, desta forma, com 200 anos de neutralidade sueca.

“O Governo decidiu informar a NATO do desejo da Suécia de se tornar membro da aliança”, disse Andersson numa conferência de imprensa em Estocolmo, após uma reunião extraordinária do executivo e de um debate parlamentar, citada pelas agências AFP e EFE.

“Estamos a sair de uma era e a entrar numa nova”, disse a líder do Partido Social-Democrata sueco, aludindo à política de não-alinhamento mantida pela Suécia desde as Guerras Napoleónicas, do século XIX.

“Há uma clara maioria parlamentar que apoia a entrada”, garantiram os dois líderes, citados pelo El País. “A Rússia não vai gostar que a Suécia e a Finlândia se juntem à NATO. Temos de estar preparados para alguns meses difíceis”, acrescentou Kristersson.

A primeira-ministra reconheceu que a decisão foi “profundamente influenciada” pela Finlândia que anunciou, no domingo, a intenção de integrar a Aliança Atlântica. Andersson acrescentou ainda que a Suécia estaria “numa posição muito vulnerável” se fosse o único país no Mar Báltico a não pertencer à NATO, uma vez que a Rússia poderia “aumentar a pressão” sobre o país.

O anúncio surge depois do resultado do debate parlamentar no Parlamento sueco (Riksdag), em que os únicos partidos que se mantiveram contra a adesão foram A Esquerda e o Partido Verde que ocupam apenas 43 dos 349 assentos. O Governo sueco anunciou ainda que vai pedir à NATO que exclua a possibilidade de destacar armas nucleares ou bases permanentes com tropas aliadas na Suécia. O pedido das duas nações tem de ser ratificado por unanimidade pelos 30 Estados-membros da NATO.

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