Elvira Fortunato aponta período pós-pandemia como “nova fase de recuperação” para a ciência

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior destacou, na abertura do encontro nacional Ciência 2022, a necessidade de investir na qualificação da população e no desenvolvimento científico, apontando ainda à acção climática.

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A ministra Elvira Fortuna discursou na abertura do encontro nacional Ciência 2022 LUSA/MIGUEL A. LOPES

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior considera que o período pós-pandemia pode ser “uma nova fase de recuperação” para o sector e que a sociedade ficou “mais atenta” por causa da covid-19. “Todos desejamos que 2022 seja o ano que marca o início do fim de um período particularmente difícil para todos nós”, afirmou Elvira Fortunato na abertura do encontro nacional Ciência 2022.

Para isto se concretizar, defendeu, é preciso “aproveitar de forma criteriosa e rigorosa os recursos financeiros disponibilizados pela União Europeia”. Elvira Fortunato referiu ainda que deverão ser aplicados recursos “na qualificação dos portugueses, no desenvolvimento da ciência e num esforço de convergência até 2030 na acção climática e na digitalização”.

O modelo de investigação científica deve assentar na colaboração entre investigadores, instituições, empresas e sociedade civil, apontou também a ministra. A presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Helena Pereira, salientou que Portugal tem actualmente quase 55 mil investigadores científicos, uma razão de 12 por cada mil habitantes que representa um aumento de 30 por cento nos últimos cinco anos.

Em ano de 25.º aniversário da FCT, que coordena os apoios à ciência em Portugal, Helena Pereira assinalou que em 1997 o investimento português em ciência era de 577 milhões de euros, o equivalente a 0,56 por cento do Produto Interno Bruto, e que em 2020 era de 3.236 milhões, correspondendo a 1,62%.

O investimento na ciência também aumentou no sector empresarial, que em 1997 aplicava 22,5% do orçamento na investigação científica e que em 2020 investia 57%. Este ano, trabalham 29.544 investigadores no sector público, acrescentou a presidente da FCT, destacando o papel crescente dos laboratórios colaborativos, que são actualmente 41.

Helena Pereira salientou que é precisa “estabilidade e valorização de carreira” para os cientistas, assente em objectivos nacionais e europeus, planos de carreira em todas as instituições acompanhados de avaliações de desempenho.

O encontro Ciência 2022 decorre até 18 de Maio em Lisboa.

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