Mais de metade dos hospitais públicos fechou 2020 em situação de falência técnica

Relatório do Conselho de Finanças Públicas conclui que cinco unidades hospitalares contribuíram para cerca de 60% do total de 1,1 mil milhões registados em capitais próprio negativos

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O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central está entre aqueles que registaram maiores prejuízos Rui Gaudêncio

Mais de metade dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fechou 2020 em falência técnica. Essa situação foi verificada em 22 dos 41 hospitais públicos, que no total registaram capitais próprios negativos de 1,1 mil milhões de euros no final do ano.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias na edição deste domingo, com base no Relatório Sector Empresarial do Estado 2019 – 2020, do Conselho de Finanças Públicas.

Para cerca de 60% deste valor contribuíram cinco unidades hospitalares, três da região de Lisboa e Vale do Tejo, de acordo com o documento, que faz saber que “no primeiro ano de combate à pandemia, todas as empresas do SNS registaram resultados líquidos negativos, num total de 776 milhões de euros”.

A listagem apresentada mostra que os centros hospitalares de Lisboa Central e de Setúbal e o Hospital Garcia de Orta (todos na região de Lisboa e Vale do Tejo) apresentaram capitais próprios negativos de 232 milhões de euros, 78 milhões e 83 milhões, respectivamente.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra teve 190 milhões negativos e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve fechou o ano de 2020 com capitais próprios de 78 milhões de euros negativos, diz ainda o JN. Todos juntos somam mais de metade do total de capitais próprios negativos de todos os hospitais do SNS.

O documento foi divulgado esta semana, mas ontem foi apresentado com enfoque no sector da Saúde, no âmbito da 10.ª Conferência de Valor da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

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