Como é centrípeta a revolução em Oberhausen

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The Dress, de Ken Kobland e EJay Sims, pendura um vestido branco de umas escadas de incêndio num prédio em Brooklyn e ilumina-o como se estivesse a arder

There’s something about Oberhausen” não é só uma reflexão ouvida. É um sentimento que se alastra pelo festival de curtas-metragens alemão, mas mais ainda pela cidade que o recebe todos os anos. Quem já por lá passou, lembrar-se-á de como o festival funciona enquanto vórtex de arte multi e inter-disciplinar. Um ponto de fuga e descoberta. Neste que é um dos mais antigos e mais importantes festivais de curtas-metragens do mundo – este ano marca a sua 68ª edição — o cinema é abandonado enquanto conceito fixo e esticado ao reino do que sempre imaginei que seria viajar no tempo: um túnel e corpos em cima de motas velozes que se arrastam por ele fora enquanto uma incontinência emocional, inexplicável, se apodera deles. Não é só sobre o apagar de um género e o dobrar da forma. Também não é sobre o formato mais curto e concentrado. O festival acolhe durações que vão até aos 40 minutos e enaltece o que é o pináculo do desafio de produzir imagens em movimento, um processo naturalmente frustrante porque acaba reduzido ao papel da experimentação num contexto mais comercial. A pulsação do encontro situa-se sim na mistura destas imagens, que nunca poderíamos imaginar em diálogo umas com outras, a cimentar discursos que redefinem o que é entendido como real.

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