You Can’t Win, Charlie Brown: abstracção pop em português

Passados seis anos sobre o álbum anterior, regressam a cantar em português, como se tivesse sido sempre assim. A digressão de apresentação de Âmbar, disco atravessado por nomes femininos, arranca a 4 de Junho no CCB.

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Vera Marmelo

Finda-se o arranjo coral de Amparo, as vozes por camadas a ventar umas sobre as outras, o chão de agudos lá ao fundo a lembrar que os Beach Boys fizeram filhos um pouco por todo o lado, e é impossível não regressar logo mentalmente ao início do tema de abertura de Âmbar para perceber, com algum espanto, que o sexteto canta agora em português. Parece uma daquelas evidências em que só reparamos quando alguém nos chama a atenção, tal a familiaridade com que nos chegam aquelas palavras sobre uma figura feminina a arcar com o peso quotidiano. É um tema a cappella que explicita essa transformação essencial no grupo e que apresenta o recurso a nomes de mulheres (carregados de segundos sentidos), o gatilho para a escrita das letras, enquanto garante que o uso do português é quase um pormenor neste quarto álbum dos You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB).

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