Portugal, um regalo gastronómico na Grande Épicerie de Paris: 300 produtos portugueses em destaque

A iniciativa “Portugal, quel régal” na Grande Épicerie, um dos supermercados mais exclusivos de Paris, destaca centenas de produtos portugueses de alta gama, do azeite às conservas ou chocolate.

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“Na Grande Épicerie gostamos de fazer viajar os nossos clientes”, diz Pauline Verdi, responsável de compras para os eventos comerciais do estabelecimento, em declarações à Lusa. Todos os anos é destacado um país, refere: já o fizeram com a Itália, Bélgica ou Brasil, mas, sublinha, “faltava uma grande referência da gastronomia e pensámos em Portugal. Sabemos que é um país com uma gastronomia muito rica, mas também é inesperado e a ideia era desfazer certos clichés mostrando produtos históricos”, mas ao mesmo tempo “novos”.

A Grande Épicerie pertence e está mesmo ao lado do mítico Bon Marché, o grande armazém de marcas de luxo da margem esquerda do rio Sena que está quase a celebrar 100 anos de existência, em Sévres-Babylone, no 7.º bairro de Paris. Hoje em dia, o Bon Marché é detido pelo grupo LVMH, um dos maiores grupos de marcas de luxo do mundo.

A Grande Épicerie concentra-se na gastronomia, sendo um supermercado onde se encontram produtos de todo o mundo e onde até Julho os produtos portugueses estão em destaque com o edifício a cobrir-se de azul-cobalto e rendas sob o mote de “Portugal, quel régal”, com uma enorme carrinha de produtos logo à entrada para marcar a presença de Portugal.

“O que chamou a atenção da Grande Épicerie foi a diversidade. Como é que é possível que façamos tantas coisas num país relativamente pequeno? Nós somos capazes de fazer praticamente tudo. Outra coisa que surpreendeu a Grande Épicerie, foi a apresentação dos nossos produtos. Não é só a qualidade, é o próprio desenho e sofisticação dos produtos”, explicou Eduardo Henriques, director da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal em França.

Entre os produtos que se podem encontrar nesta acção levada a cabo pela AICEP, está o chocolate de marcas como Equador ou Vinte Vinte, latas de bolachas Paupério, bolos de mel de açúcar de cana da Madeira, cafés d’ A Flor da Selva, azeite Metáfora, conservas Papa Anzóis, cervejas Oitava Colina ou vinhos Aluzé.

“Pessoalmente fiquei muito surpreendida com a importância e riqueza do chocolate. Não pensamos em Portugal quando pensamos em chocolate, mas devido ao seu passado colonizador, o cacau era trocado comercialmente. Encomendámos produtos a pelo menos cinco empresas diferentes, o chocolate é muito bom e os produtos são muito bonitos. Isso é algo essencial para nós”, sublinhou Pauline Verdi.

Esta iniciativa da AICEP, que segundo a agência em Paris representa “um investimento importante”, sem adiantar valores, inclui também um espaço de restauração a cargo da empresa luso-francesa Canelas, com a tradicional pastelaria portuguesa. No restaurante da Grande Épicerie, o “La Table”, podem ser também degustados produtos portugueses que os chefs incorporam na ementa.

O objectivo é agora que alguns dos produtos continuam a ser comercializados neste espaço, criando uma secção de produtos portugueses que se torne referência no 7.º bairro.

“O objectivo no final desta operação é termos um conjunto de prateleiras em que haja produtos portugueses em permanência. Isto é um teste, é uma experiência, e serve para posicionar a imagem de Portugal. Temos muitos produtos portugueses em França, de muitos tipos, mas esta é uma iniciativa diferente para nos posicionarmos num outro nicho de mercado, junto de uma classe média-alta francesa e internacional”, explicou Eduardo Henriques.

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