Rússia ameaça destruir veículos da NATO com armas para forças ucranianas

“Qualquer transporte da Aliança Atlântica que chegue ao país com armas ou meios para as forças armadas ucranianas será visto por nós como um alvo legítimo para ser destruído”, disse o ministro da Defesa russo numa reunião com chefias militares.

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Sergei Shoigu e Vladimir Putin. Fotografia de 2020 MAXIM SHEMETOV/Reuters

As forças armadas da Rússia destruirão qualquer veículo da NATO que chegue à Ucrânia com armas e munições destinadas ao exército ucraniano, avisou esta quarta-feira o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.

“Qualquer transporte da Aliança Atlântica que chegue ao país com armas ou meios para as forças armadas ucranianas será visto por nós como um alvo legítimo para ser destruído”, disse Shoigu numa reunião com chefias militares.

Shoigu alertou que “os Estados Unidos e os seus aliados da NATO continuam a despejar armas na Ucrânia”, segundo relato da agência russa Interfax, citada pela espanhola EFE.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que o Ocidente deve deixar de fornecer armas à Ucrânia, durante uma conversa telefónica na terça-feira.

Na semana passada, o Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao Congresso mais 33.000 milhões de dólares (mais de 31.000 milhões de euros, ao câmbio de hoje) para acelerar o envio de armamento para a Ucrânia.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konashenkov, disse esta quarta-feira que as forças russas atacaram estações ferroviárias para impedir a chegada de armas fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia, segundo a agência norte-americana AP.

Em comunicado, o Ministério da Defesa russo também disse que um submarino da Frota do Mar Negro lançou nesta quarta-feira dois mísseis cruzeiro Kalibr, com um alcance de até 300 quilómetros, contra alvos na Ucrânia.

Na reunião com as chefias militares, segundo a EFE, Shoigu disse que as forças russas “estão a tomar medidas para garantir a segurança da população” e a prestar ajuda humanitária a civis.

O ministro assegurou que a “vida normal” está a ser “restaurada nos territórios libertados das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk e da Ucrânia”, referindo-se às regiões separatistas que iniciaram uma guerra contra Kiev, em 2014, com apoio de Moscovo.

Incluiu na lista a cidade portuária de Mariupol (sudeste), o maior centro industrial e de transportes do Mar de Azov, que disse estar sob controlo russo. Relativamente aos combatentes e civis ucranianos bloqueados na fábrica Azovstal em Mariupol, disse que a área está cercada pelas tropas russas.

“De acordo com a ordem do comandante supremo [Vladimir Putin], os restantes combatentes na zona industrial Azovstal estão bloqueados em todo o perímetro deste território”, disse.

A ONU confirmou, na terça-feira, que apenas 101 pessoas saíram da fábrica.

A retirada de civis da fábrica, organizada pela ONU e Cruz Vermelha, foi discutida na reunião que Putin manteve com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a 26 de Abril, em Moscovo.

A guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa a 24 de Fevereiro, provocou um número ainda por contabilizar de baixas civis e militares, que a ONU admite ser muito elevado. A ONU confirmou até agora a morte de mais de 3000 civis na guerra, que também levou mais de 5,5 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para outros países.

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