Alunos da Universidade do Minho queixam-se das condições de edifícios inaugurados há dois meses

Estudantes das licenciaturas de Teatro e de Artes Visuais da Universidade do Minho passaram a ter aulas nos edifícios do Teatro Jordão e da Garagem Avenida, em Guimarães, há pouco mais de dois meses e dizem que os espaços “não estão operacionais”. Universidade diz que espaço está “em condições” mas admite a necessidade de “pequenos ajustes”.

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O Teatro Jordão e a Garagem Avenida foram renovadas recentemente e acolhem alunos de artes, teatro e música Paulo Pimenta

Os alunos das licenciaturas de Teatro e de Artes Visuais da Universidade do Minho queixam-se de falta de condições dos edifícios do Teatro Jordão e da Garagem Avenida, em Guimarães, onde actualmente frequentam aulas.

Os edifícios contíguos localizados no centro da cidade, marcas da história cultural vimaranense no século passado, foram requalificados e inaugurados em Fevereiro passado, momento a partir do qual se tornaram a casa de 120 estudantes – 60 de Teatro e 60 de Artes Visuais. Volvidos dois meses, os alunos garantem que “os espaços não estão operacionais” e que “não existem condições mínimas de trabalho”.

“A inauguração aconteceu porque as obras estavam concluídas mas os materiais necessários para que seja possível trabalhar e cumprir programa lectivo não existem. Tem um chão, um tecto, mesas e cadeiras, o que não é suficiente para cursos artísticos”, diz ao PÚBLICO Helena Figueiredo, estudante do terceiro ano da licenciatura de Artes Visuais da Universidade do Minho, que liderou, na semana passada, uma manifestação de meia centena de alunos do seu curso e do de Teatro contra a alegada falta de condições dos espaços.

Os estudantes, que frequentavam aulas nos campi de Azurém e de Couros da universidade antes de se mudaram para o Teatro Jordão e para a Garagem Avenida, queixam-se que “as salas não têm boa circulação de ar”, que o espaço destinado ao almoço “tem apenas dois microondas e meia dúzia de mesas para 120 alunos”, e que “não há internet”. Mais concretamente, os estudantes de Artes Visuais dizem que “as oficinas de metais e de madeiras não estão operacionais” e que “o estúdio de fotografia e a oficina de gravura foram montadas pelos alunos com ajuda de alguns professores”. Já os alunos de Teatro dizem que as salas de ensaio “têm vidros, o que leva a um grande desconforto quando são realizados exercícios íntimos”.

A porta-voz dos protestos, apesar de reconhecer que os novos espaços são “benéficos por estarem no centro da cidade” e contribuírem para “uma maior proximidade aos sectores culturais”, lamenta que “existam entraves, internos ou externos, que dificultam uma maior rapidez de processos” por parte da tutela das Escola de Arquitectura Arte e Design, no caso do curso de Artes Visuais, e Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, na licenciatura de Teatro.

Universidade do Minho garante que espaços estavam “em condições de ser inaugurados”

Ao PÚBLICO, a Universidade do Minho, cujos espaços do Teatro Jordão e da Garagem Avenida estão cedidos por regime de comodato pela Câmara de Guimarães, garante que os edifícios “estavam em condições de ser inaugurados na data que o foram, com todos os sistemas operacionais e devidas autorizações”.

Apesar da ressalva, a instituição minhota “lamenta alguns incómodos provocados pelas condições que caracterizam um período de instalação em novos espaços” e assume que a “instalação e apropriação” dos espaços requalificados “necessita sempre de pequenos ajustes que só o uso e a experiência quotidiana podem determinar”.

Sobre as principais queixas dos estudantes, a instituição de ensino superior assegura que, em relação à alegada falta de circulação de ar, “a maioria das salas têm grandes janelas que podem ser abertas”, e que, sobre a inexistência de internet, irá avançar em breve “o procedimento para a empreitada de instalação de rede wireless”. Quanto à ausência de oficinas para os estudantes de Artes Visuais, a Universidade do Minho refere que a “Garagem Avenida está preparada para a curto prazo acolher as pós-graduações de Artes Visuais e um conjunto de novos laboratórios e oficinas que complementem as já existentes”. Já sobre a falta de privacidade dos alunos de Teatro, a instituição assinala que as paredes das salas de aula “estão equipadas com calhas que permitirão a colocação de cortinas, se isso vier a ser considerado útil”.

A renovação do Teatro Jordão e da Garagem Avenida custou 12 milhões de euros, com apoio de fundos comunitários, e acolhe, além das licenciaturas de Artes Visuais e de Teatro da Universidade do Minho, as aulas da Escola de Música do Conservatório de Guimarães. No total são 81 salas de ensino em mais de 6500 metros quadrados, estando ainda reservados uma sala de espectáculos com capacidade para 400 lugares, uma galeria de exposições, e dez salas de ensaio.

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