A apicultora

Colmeia é um filme de um realismo eficaz mas relativamente indistinto.

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A ruralidade “kosovar” como um meio machistamente opressivo
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Colmeia, da realizadora kosovar Blerta Basholli, traz logo no título todas as metáforas que lhe são centrais. Uma “colmeia” é o que é aquela aldeia perdida algures no Kosovo, ainda a sarar as feridas abertas pelo conflito com a Sérvia no final do século XX e sobretudo ainda sem saber do destino e do paradeiro das centenas de homens que foram levados das suas casas e presumivelmente massacrados e enterrados em valas comuns. Também por isso, pela escassez de homens restantes, e como numa colmeia, são elas têm que zelar por tudo, do trabalho e da família às pressões políticas para que as valas comuns sejam abertas e os cadáveres identificados. Finalmente — derradeira metáfora — não há nada de mais ambíguo do que uma colmeia, que produz mel e doçura mas exige cuidados especiais para evitar a fúria das abelhas. Desde o primeiro plano com a protagonista Fahrije vestida a rigor para a lida das colmeias deixadas pelo marido desaparecido sabemos que é nela que se concentra toda esta aura metafórica.

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