Lisboa é a região mais longe do número de hóspedes pré-pandemia

Apesar da recuperação do turismo, em Março o número de hóspedes ficou 19,7% abaixo dos valores de 2019, e as dormidas ficaram inferiores em 12,7%. Mercado brasileiro teve o melhor mês desde o início da pandemia.

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Lisboa manteve a liderança em número de visitantes Rui Gaudencio

O número de 1,6 milhões hóspedes nos alojamentos turísticos contabilizados pelo INE disparou em Março face ao mesmo mês do ano passado (464%, devido às restrições que se verificaram no início de 2021), mas está ainda 15,3% abaixo do valor de 2019, pré-pandemia.

Por regiões, de acordo com os dados da estimativa rápida divulgada esta sexta-feira (que não contabilizam ainda os proveitos do sector), a que está mais distante dos indicadores pré-pandemia de covid-19 é a de Lisboa, com -19,7%, embora mantenha a liderança com 511.039 visitantes.

Na ponta oposta está o arquipélago dos Açores, com uma subida de 2,7% face a Março de 2019, chegando aos 46.472 turistas. Depois de Lisboa, o Algarve e o Centro também registam ainda diferenças acentuadas, com -18,8% e -18,4%, respectivamente, seguindo-se o Alentejo (-13,7%), o Norte (-11%) e a Madeira (-0,7%).

O número de dormidas foi de quatro milhões, o que também representou uma forte subida face ao ano passado mas ficou 12,7% abaixo de Março de 2019 – neste caso, a variação foi negativa para todas as regiões, incluindo os Açores, e com Lisboa a sofrer uma queda de 16%, inferior aos -19% do Algarve.

O mercado interno, diz o INE, contribuiu com 1,3 milhões de dormidas, cabendo 2,7 milhões aos mercados externos. “Face a Março de 2019, registaram-se diminuições nas dormidas de não residentes (-16,5%) e, em menor grau, nas de residentes (-3,6%)”, refere o instituto de estatísticas.

O mercado britânico foi o responsável pelo maior número de hóspedes e de dormidas de estrangeiros (125.180 e 514.009, respectivamente), seguido pelo alemão (103.383 e 407.800). Mas também se nota uma recuperação dos mercados que implicam voos de longo curso e que foram mais afectados pelas medidas contra a covid-19, como o norte-americano e o brasileiro. No caso do Brasil, Março foi o melhor mês desde o início da pandemia, com 52.933 visitantes.

Segundo dados recentes do Eurostat, em Março Portugal foi o segundo país, depois da Croácia, que ficou mais perto do número de voos comerciais registado em Março de 2019, com -8% (a média da União Europeia foi de -27%). No mês em análise, segundo o INE, “31,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes”.

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