Breaking: Porto volta a receber a final nacional do Red Bull BC One

Em causa está o acesso à Final Mundial da competição, que terá lugar em Nova Iorque, em Novembro.

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Paulo Pimenta

O Hard Club, no Porto, albergará neste fim-de-semana o Red Bull BC One, competição individual de B-Boys e B-Girls que neste ano já contará com público e terá como “prémio” a presença na Final Mundial da prova, que se disputará em Novembro, em Nova Iorque.

Todos os anos, milhares de dançarinos em todo o mundo lutam por uma oportunidade de participar na Final Mundial. A maior e mais prestigiada competição de breaking 1v1 tem envolvido, ao longo dos anos, também algumas das referências da modalidade a nível nacional, com os B-Boys Bruce Almighty e Lagaet e a B-Girl Vanessa Farinha a levarem bem longe as cores de Portugal.

Em 2022, o Hard Club, sala de espectáculos emblemática da cidade do Porto, vai dar palco aos melhores B-Boys e B-Girls do país, já no sábado, 30 de Abril, num evento que vai apurar os representantes portugueses para a Final Mundial da competição, nos Estados Unidos.

O breaking, uma das várias formas de expressão de danças urbanas, é um movimento cultural iniciado nos anos 80 do século passado nas ruas de Nova Iorque e que rapidamente se expandiu por todo o mundo. Surgiu, sobretudo, como uma celebração comunitária, uma modalidade de expressão artística e inclusiva, aberta a dançarinos de diversas etnias e países.

Com a evolução de um fenómeno que chegou a ser rotulado como “breakdance”, o breaking transformou-se na mais recente modalidade olímpica, que estará presente nos Jogos de Paris, em 2024. Um novo e marcante capítulo de uma disciplina que também tem vindo a ganhar adeptos (e praticantes) em Portugal.

Manifestação de liberdade

“É um estilo de vida e, agora, é também um estilo de atleta”, considera Vanessa Farinha, destacando a exigência imposta pela modalidade. “Temos de ter em consideração o condicionamento físico, pois a nossa forma física vai influenciar todos os nossos passos. Não é algo que se trabalha em apenas um mês”, concluiu.

Representar Portugal na Final Mundial do Red Bull BC One é, certamente, uma das grandes motivações dos participantes da final nacional daquela que é considerada a competição de referência do breaking. Mas, para carimbar o passaporte e vestir as cores portuguesas em Nova Iorque, é preciso ainda alinhar na derradeira fase de qualificações.

Nesta sexta-feira, irá decorrer uma primeira fase de apuramento a partir das 16h, no Porto. Após esta prova, será encontrado o top-16 de B-Boys (10 seleccionados + 6 wild-cards) e de o top 4 de B-Girls (3 seleccionadas + 1 wild-card). Esta sessão vai realizar-se à porta fechada e acontece numa data muito especial para todos os envolvidos: o Dia Mundial da Dança.

Já no sábado, a partir das 18 horas, as sucessivas batalhas sobem ao palco do Hard Club, em plena Ribeira do Porto, estando as portas abertas ao público (bilhetes gratuitos, mediante reserva prévia). Nos diferentes momentos, o carisma, a personalidade do artista, a técnica, a criatividade e a dinâmica dos atletas serão avaliados por um júri de três elementos com créditos firmados na modalidade:os B-Boys XXL e Neguin e a B-Girl Dora.

“Esta modalidade representa liberdade”, começou por dizer Neguin, ao PÚBLICO. “As expectativas são sempre boas, Portugal tem sempre uma excelente qualidade de dançarinos e para mim é gratificante estar aqui como jurado desta vez e analisar o potencial de cada um dos participantes”.

O anfitrião do evento será Max Oliveira, director do MXM ArtCenter e fundador dos Momentum Crew, o primeiro grupo profissional de dança urbana em Portugal. “Fomos um dos grandes pilares do breaking nacional. Obviamente que teve influência em muitos jovens e inspirou muitas pessoas a quererem ser melhores que nós. Foi o reconhecimento internacional da qualidade nacional”, afirmou.

No ano passado, os cobiçados troféus da edição nacional do Red Bull BC One foram erguidos pelo B-Boy XXL e pela B-Girl Vanessa Farinha, que representaram Portugal na última edição da Final Mundial em Gdansk (Polónia), onde os títulos foram atribuídos à B-Girl Logistx (EUA) e ao B-Boy Amir (Cazaquistão).

Texto editado por Nuno Sousa

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