Um terno taxi driver

A banda sonora do genérico inicial traz-nos a soul-funky dos 70s. Há um taxi driver chamado “Jack”, poderia chamar-se “Travis”. Estamos em Alhandra. No lugar do East e do West Side de Manhattan. No Táxi do Jack, de Susana Nobre, é uma fantasmagoria artesanal, “aparições” a propósito de Joaquim Veríssimo Calçada que nos anos 70 emigrou de Alhandra para Nova Iorque.

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Na primeira sequência de No Táxi do Jack, Susana Nobre, realizadora, inscreve-se na memória dos acontecimentos do seu filme. Observamo-la a preparar a câmara e a lançar perguntas a Joaquim Veríssimo Calçada, “Então, já preencheu o requerimento?”, reencenando um momento como técnica do programa Novas Oportunidades, em que trabalhou entre 2007 e 2011, onde conheceu o candidato Joaquim, 63 anos, dispensado das Oficinas Gerais de Manutenção Aeronáutica a poucos meses da reforma, e onde a história dele — nos anos 70 Joaquim emigrara da vila de Alhandra para Nova Iorque, onde foi taxista — lhe começou também a ser relatada. A história dele e, nesse período entre 2007 e 2011, as histórias daqueles a partir dos quais Susana edificaria uma fase do seu trabalho de realizadora, concretamente os filmes Vida Activa (2013) e Provas, Exorcismos (2015).

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