Johnny Depp conclui testemunho declarando que Amber Heard o deixou “destruído”

“No final, eu estava destruído... Pensei que a única solução estava em ‘tira-me o sangue, é tudo o que me resta’”, disse o actor no último dia do seu testemunho.

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Johnny Depp, de 58 anos, afirma que Amber Heard, de 35, o difamou Reuters/POOL

O actor Johnny Depp concluiu o seu testemunho, na segunda-feira, no caso de difamação que apresentou contra a ex-mulher Amber Heard, dizendo que foi vítima de violência doméstica na sua relação e que estava “destruído” por altura do fim do casamento.

O quarto dia de Depp no banco das testemunhas num tribunal da Virgínia terminou com os seus advogados a reproduzirem a gravação de uma conversa que aconteceu depois de Heard ter obtido uma ordem de restrição contra o actor em 2016.

A estrela da saga de sucesso Piratas das Caraíbas disse que concordou com o pedido de Heard de se encontrar num quarto de hotel em São Francisco, porque pensou que a actriz poderia retirar a acusação.

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Amber Heard Reuters

Na gravação, Depp propõe que o casal emita uma carta conjunta dizendo que se amavam e que os meios de comunicação social tinham criado uma tempestade à volta deles. A sugestão era uma tentativa de encontrar uma “solução pacífica”, disse Depp.

Amber Heard, conhecida pelo seu papel em Aquaman, resistiu à ideia e desafiou-o a ir a público com a sua afirmação de que tinha sido ele a sofrer abusos. “Diz ao mundo, Johnny”, ouve-se a actriz. “Diz-lhes que eu, Johnny Depp — um homem —, sou uma vítima também de violência doméstica.”

Depp disse que respondeu: “Sim, sou”.

Num outro trecho do áudio da reunião em São Francisco, Depp ameaça cortar-se com uma faca. “No final, eu estava destruído... Pensei que a única solução estava em ‘tira-me o sangue, é tudo o que me resta’”, explicou.

Os advogados de Johnny Depp alegam que as acusações de Amber Heard, que descrevem como falsas, prejudicaram a carreira do actor. No entanto, a equipa de defesa da actriz mostrou em tribunal artigos publicados antes da opinião da ex-mulher no The Washington Post ter sido veiculada, nos quais se descreve como o comportamento errático da estrela de Hollywood estava a minar a sua carreira. Depp defendeu-se, dizendo que, como qualquer outra personalidade do cinema, tinha sido alvo de artigos difamatórios.

Johnny ​Depp, de 58 anos, afirma que Amber Heard, de 35, o difamou quando escreveu um artigo para o The Washington Post, em Dezembro de 2018, no qual relatou ser uma sobrevivente de abusos domésticos. Pouco tempo depois, Depp interpôs uma acção no valor de 50 milhões de dólares (46,3 milhões de euros). Na última semana, o actor prestou declarações sob juramento em que discorreu sobre a sua infância traumática e sobre as suas dependências. No entanto, garantiu que “jamais” bateu numa mulher na sua vida, identificando a ex-mulher como o elemento violento da relação. “Ela tem necessidade de conflito. Ela tem necessidade de violência”, acusou.

No texto que levou o ex-casal a uma batalha judicial milionária, Amber Heard não identifica o seu agressor pelo nome, mas, defende o advogado de Depp, Benjamin Chew, era claro que se estava a referir ao actor. Do seu lado, a actriz não nega que de facto falava sobre o ex-marido, mas observa que, por um lado, apenas escreveu a verdade e que, por outro, a sua opinião está protegida como livre expressão ao abrigo da Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Ou seja, respondeu com uma contra-acusação, pedindo uma indemnização de cem milhões de dólares (92,6 milhões de euros). No contra-interrogatório, a defesa exibiu mensagens enviadas por Depp, em que o actor fala sobre o seu desejo que ver a ex-mulher morta. “Não estou orgulhoso de nenhum dos termos que usava nos momentos de raiva”, disse Depp.

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