Dois meses de guerra em imagens: a Ucrânia antes e depois da invasão russa

O cenário de destruição vai-se replicando pelas cidades ucranianas. De Mariupol a Kiev, há imagens que mostram o antes e depois de um país em guerra há dois meses.

Edifício em Irpin

Eram 6h da manhã de 24 de Fevereiro (3h da manhã em Portugal Continental) quando Vladimir Putin anunciava o início de uma “operação militar especial” no Leste da Ucrânia, sob a justificação de uma “desnazificação” e para impedir o “genocídio” dos ucranianos de origem russa.

Agora, dois meses depois, que se assinalam neste domingo, 24 de Abril, o exército russo continua em território ucraniano, numa ofensiva que, segundo o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, já provocou a morte de mais de dois mil civis e, de acordo com o Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, de 2500 a 3000 soldados do seu exército.

As imagens mostram a destruição causada pelos avanços russos em diversas cidades. Mariupol, um ponto estratégico junto ao mar de Azov, tem sido um dos principais alvos. A Rússia tomou a cidade e estima-se que 90% dos edifícios tenham sido pelo menos parcialmente destruídos pelos bombardeamentos.

Mariupol

As consequências da ofensiva russa na Ucrânia são também visíveis numa imagem de satélite divulgada pela Maxar Technologies, que mostram o que parecem ser mais de 200 valas comuns em Manhush, nos arredores de Mariupol. O autarca da cidade, Vadim Boichenko, reforçou nesta sexta-feira que era necessário retirar as cerca de 100 mil pessoas que continuam na cidade que já tinha sido atacada em 2014.

Vala comum em Mariupol (19 de Março e 3 de Abril)

Mais a norte, e perto da fronteira com a Rússia, em Kharkiv, a segunda cidade ucraniana, o cenário é semelhante. Este foi outro dos principais territórios afectados pelos bombardeamentos russos. Os habitantes que ficaram na cidade — pelo menos metade dos seus 1,4 milhões de residentes terão fugido — refugiaram-se no subsolo, no sistema de metro. Escolas, edifícios governamentais ou praças estão destruídas.

Edifício da Administração Regional de Kharkiv
Escola em Kharkiv

Em Irpin, cidade recuperada pelo exército ucraniano em finais de Março e onde se estima que tenham morrido entre 200 e 300 civis, ficaram os escombros. No início de Abril, o autarca local, Alexander Markushin, anunciou que 20% das ruas estavam limpas dos destroços dos combates.

Edifício em Irpin

Moscovo informou nesta sexta-feira que a segunda parte da “operação especial na Ucrânia” quer assegurar o “controlo total” do Sul do país e da região do Donbass, o local onde tudo começou — e onde, desde 2014, decorriam confrontos entre o exército ucraniano e as forças separatistas pró-russas.

Moschun, uma vila perto de Kiev

Além deste objectivo, o Ministério da Defesa russo divulgou outros três: criar um corredor terrestre até à Crimeia; bloquear os portos ucranianos do mar Negro; controlar o Sul da Ucrânia e abrir uma saída para a Transnístria, já na Moldova.

Borodyanka

Desde que a guerra começou, estima-se que tenham fugido do país mais de quatro milhões de pessoas e que haja perto de dez milhões de deslocados internos. Portugal já recebeu cerca de 30 mil refugiados ucranianos, tendo mesmo criado medidas especiais para o acolhimento de ucranianos: a plataforma SEFforUkraine facilita o pedido de protecção temporária ao Estado português e atribui um estatuto semelhante ao de refugiado com o prazo de um ano e renovável por mais um.

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