Benfica sem pontaria frente ao Famalicão

“Encarnados” não conseguem melhor do que um empate sem golos na Luz e podem ver o Sporting ficar a oito pontos.

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Darwin bem tentou, mas ficou a zeros EPA/MANUEL DE ALMEIDA

O Benfica tinha conquistado algum alento com a vitória no derby do último domingo, mas perdeu-o neste sábado, com um empate sem golos na Luz com o Famalicão. Depois do moralizador triunfo em Alvalade, esperava-se que a formação “encarnada” tivesse uma tarde tranquila, mas foi antes uma tarde de grande desinspiração frente a um adversário para quem o ponto conquistado vale ouro na luta pela manutenção. Já o Benfica arrisca-se a perder terreno para o Sporting na luta pelo segundo lugar — passaram a ser cinco pontos, mas podem ser oito se os “leões” triunfarem na segunda-feira sobre o Boavista.

No penúltimo jogo disputado na Luz esta época (o último será com o FC Porto, a 7 de Maio), o Benfica tinha uma oportunidade dourada para colocar pressão sobre o rival que está imediatamente à frente. Mas acabou por provar um pouco do seu próprio veneno. É que o Famalicão, com as devidas diferenças, foi um pouco o que o Benfica tinha sido em Alvalade há uma semana, uma equipa em bloco baixo, solidária a defender e a fechar todos os caminhos que levavam à sua baliza. A diferença está, claro, no talento e na qualidade, já que o Benfica conseguiu aliar uma componente ofensiva que lhe deu o triunfo em Alvalade. O Famalicão praticamente só defendeu — e fê-lo com competência.

Perante uma equipa com esta disposição, o Benfica só tinha de atacar. A estatística final mostra que o jogo só teve praticamente um sentido, o da baliza do Famalicão. Os “encarnados” tiveram mais remates (21/3) e mais posse de bola (68%/32%), mas este domínio estatístico não é igual a domínio com qualidade. Ainda assim, a equipa de Nélson Veríssimo teve as suas hipóteses de marcar e só pode queixar-se de si própria.

Veríssimo mudou um bocadinho do que tem sido a equipa, com a introdução de Paulo Bernardo e Gil Dias no “onze”, jogadores que não fizeram muito pelo nível exibicional do Benfica. Não foi apenas a falta de pontaria, foi também uma grande falta de inspiração, sobretudo na primeira parte. Oportunidades de golo claras no primeiro tempo, apenas duas, ambas por Gonçalo Ramos — na primeira, o avançado cabeceou por cima, na segunda, o seu remate foi bem defendido pelo guarda-redes Luiz Júnior, o melhor em campo.

Na segunda parte, o Benfica sentiu a urgência de chegar à vitória e foi mais perigoso. Elevou o seu domínio do jogo a outro nível, mas o resultado seria o mesmo. As oportunidades foram-se sucedendo, mas os “encarnados” foram traídos pela falta de pontaria dos avançados. Gil Dias teve uma excelente jogada aos 62’ que Júnior defendeu, Paulo Bernardo tentou um pontapé de bicicleta aos 70’ que o guardião do Famalicão voltou a desviar, entre outras jogadas promissoras que não levaram a bola à terra prometida.

Aos 81’, o Benfica reclamou penálti num lance em que Alex Nascimento jogou a bola com o braço na área do Famalicão, mas, aconselhado pelo VAR, o árbitro António Nobre nem sequer foi ver as imagens e mandou jogar. Talvez os “encarnados” tivessem razão nos protestos com o árbitro de Leiria, mas havia outros culpados deste empate que subsistia, a excelente organização defensiva da equipa de Rui Pedro Silva e a falta de golo nos pés dos avançados.

Já no tempo de compensação, Yaremchuck estava em boa posição, mas falhou totalmente o remate. O Benfica já não iria fugir ao empate, em mais um jogo a perder pontos em casa com uma equipa do Minho — já tinha empatado com Moreirense e Vizela e perdido com Gil Vicente. E, com grande probabilidade, já não fugirá ao terceiro lugar.

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