Liberdade ao alto, cravos ao peito: 15 celebrações do 25 de Abril de norte a sul

Música, teatro e poesia, visitas guiadas e pirotecnia. E muito mais. No ano em que se celebram os 48 anos da Revolução dos Cravos, eis algumas coordenadas apontadas no mapa das festas da Liberdade por todo o país.

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48 anos da Revolução dos Cravos Rui Gaudencio
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A Noite, pelo Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana DR
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Casa da Memória de Guimarães DR
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Sérgio Godinho apresenta Nação Valente Arlindo Camacho
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O Fascismo (Aqui) Nunca Existiu!, uma das partes da trilogia do Teatro Art'Imagem DR
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Saudade/Portugal, de Neal Slavin DR
Câmara Municipal de Lisboa
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O Povo Está na Rua!, um passeio em Lisboa, pelas praças e paços das revoluções DR/José Avelar
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Os Capitão Fausto fazem a festa em Almada Matilde Travassos
Jorge Palma
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Vozes ao alto em Palmela com Jorge Palma Sara Matos

A Noite em Viana

A 150.ª criação do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana centra-se na redacção de um jornal, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Uma espécie de documentário sobre a censura, escrito por José Saramago e aqui levado à cena por Ricardo Simões, a propósito das celebrações do centenário do escritor nobelizado. A Noite tem lugar reservado no Teatro Municipal Sá de Miranda (Viana do Castelo) até dia 24, com sessões sexta às 21h, sábado às 19h e domingo às 23h. Os ingressos custam entre 4€ e 10€.

Visitas à Casa da Memória de Guimarães

Num programa que estimula “a descoberta, a pertença e a participação”, há visitas orientadas à exposição permanente, oficinas de impressão, estamparia, doçaria e teatro, concertos, instalação, leituras encenadas, comes e bebes. Assim se faz a festa a 25 de Abril, na Casa da Memória de Guimarães, que junta no mesmo saco a celebração do seu sexto aniversário e os 48 anos da Revolução dos Cravos. Com início às 10h30 e até às 22h, as actividades têm entrada livre e são abertas a todas as idades. O alinhamento completo pode ser consultado aqui.

No Porto, Música & Revolução

Cumprindo o ritual de celebração da Liberdade, a Casa da Música portuense dedica esta edição do festival à “pluralidade estética” do período efervescente do Maio de 68. A representar o galgar de barreiras (políticas, sociais, culturais e sexuais), estão obras da época, assinadas por nomes como Mauricio Kagel, Jean Barraqué, Harrison Birtwistle, Arvo Pärt, Samuel Barber, Pierre Boulez ou Luciano Berio, e interpretadas pelos agrupamentos da casa. Sexta (21h), sábado e domingo (18h), com bilhetes a 14€.

Nação Valente ao Porto e a Castelo Branco

A celebrar 50 anos de carreira, Sérgio Godinho dá a conhecer Nação Valente, o mais recente crédito (o 18.º) no currículo de álbuns de estúdio. A lírica é quase toda dele; a maior parte da música veio de outros: David Fonseca, Hélder Gonçalves, José Mário Branco, Nuno Rafael, Filipe Raposo, Pedro da Silva Martins e José Mário Branco. No conjunto, é mais um testemunho da vitalidade criativa do músico, cuja obra retrata “uma parte significativa da nossa vivência, do nosso quotidiano, do amor, das lutas, das perdas e das alegrias”, refere a nota de imprensa. À boleia das comemorações do 25 de Abril, o espectáculo tem passagem marcada pela Avenida dos Aliados (Porto) e pelo Cine-Teatro Avenida (Castelo Branco), domingo às 22h e segunda às 18h, respectivamente. A entrada é livre.

Memórias de um país na Maia

O Teatro Art'Imagem leva a palco a trilogia A Identificação de Um (o Meu) País!, que se propõe a retratar o Portugal dos últimos 75 anos. A cortina abre com O Fascismo (Aqui) Nunca Existiu!, que abarca a linha temporal entre 1945 e 1974 e procura lembrar como se vivia no Estado Novo. Seguem-se Os Anos Que Abalaram o (Nosso) Mundo! Crónicas e Cenas do 25 de Abril, apoiada em relatos, testemunhos, notícias, poemas, canções e outros registos que dão forma a um diário dos primeiros momentos da revolução; e Ai o Medo Que (Nós) Temos de Existir!, capítulo centrado no período que se seguiu, de 1975 até aos nossos dias. Em cena no Auditório da Quinta da Caverneira (Maia), ao ritmo de uma peça por dia, a 21, 23 e 25 de Abril (quinta e sábado, às 21h30; segunda, às 16h), com entrada livre. O tríptico segue depois viagem para o Auditório Municipal António Silva, no Cacém, onde é apresentado, nos mesmos moldes, nos dias 27, 29 de Abril e 1 de Maio.

A saudade por Slavin, em Gaia

Em 1968, Neal Slavin era um jovem bolseiro em road trip por Portugal. Foi captando imagens desse país mergulhado no que descreveu como “desesperança”. Cerca de 50 anos depois, regressou “para fechar o trabalho que considera ser o mais importante da sua vida”, explica a nota de imprensa da exposição Saudade/Portugal, patente no Wow - World of Wine, em Vila Nova de Gaia. Junta 100 trabalhos do fotógrafo norte-americano, metade produzidos nos tempos do Estado Novo, metade nesse reencontro recente com o país. Pode ser vista até 31 de Outubro, de segunda a sexta, das 12h às 19h; sábado e domingo, das 10h às 19h. A entrada custa 10€.

Leiria com poesia

Ronda - Leiria Poetry Festival é o nome do evento que vai das salas ao castelo, passando pela biblioteca, uma antiga igreja, o mercado, as escolas, a prisão e até o hospital, para espalhar a palavra e lembrar que Poesia É Liberdade. Entre 22 e 25 de Abril, num programa com curadoria de Luís Filipe Castro Mendes e Paulo Costa, há lugar para conversas, mesas-redondas, debates, concertos, poetry slam, oficinas, apresentações de livros e acções de rua, entre outros momentos. No lote de convocados estão nomes como Aldina Duarte, Manuel Alegre, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, Rosa Oliveira, Tozé Brito, João Paulo Esteves da Silva, Vitorino, UHF, Iman Kandoussi ou Manuel João Vieira. Cartaz completo aqui.

Lisboa monta a festa no palácio

O Palacete de São Bento (Lisboa), residência oficial do Primeiro-Ministro, volta a abrir os portões ao público para celebrar a efeméride. Para a festa montada nos jardins, é chamado Victor Hugo Pontes, a quem cabe apresentar um excerto de Meio no Meio. A peça parte de um texto de Joana Craveiro e integra os diferentes percursos artísticos de um grupo intergeracional. Entre caminhos e expectativas (e com uma pandemia pelo meio), a coreografia “usa a documentação e (auto)reflexão sobre cada uma das vidas retratadas em cena, para construir um mapa afectivo de memórias e possibilidades”, explicam. Visitas, leituras e espectáculos da Orquestra Sem Fronteiras, Dino D’Santiago, Mais Alto!, Pauliteiros de Miranda, Bardoada e As Árvores Não Têm Pernas para Andar completam o programa. Segunda, a partir das 15h, com entrada gratuita.

Em Lisboa, O Povo Está na Rua!

O Museu de Lisboa põe em marcha um passeio pelas praças e paços das revoluções que, entre “golpes, insurreições, motins, rebeliões e revoltas” ocorridos entre 1385 e 1974, marcaram a história da capital e do país. Para maiores de 12 anos e com duração de duas horas, a actividade está marcada para 25 de Abril, às 15h, e custa 5€.

Em Arruda, Políticas à Parte

Arruda dos Vinhos dá corda à segunda edição do Festival Políticas à Parte, cuja cartilha assenta na promoção do pensamento político e cultural por meio de criações artísticas e com vista ao diálogo. Leituras, conversas, teatro, a exposição de fotografia 25 de Abril: Parece Que Foi Ontem, Oito Olhares, Duas Gerações e os concertos de Manel Cruz e A Garota Não são alguns dos pontos na ordem de trabalhos. De 23 de Abril a 1 de Maio, com cartaz detalhado aqui.

Almada, lugar da Liberdade

Carminho e Capitão Fausto são os cabeças-de-cartaz da festa almadense. É na Praça da Liberdade que se centram as comemorações, a 24 de Abril, com o palco a abrir às 22h e a iluminar-se, à meia-noite, com o tradicional espectáculo de fogo-de-artifício. A festa estende-se pela cidade, até ao final do mês, com exposições, cinema, oficinas artísticas, leituras e contos, entre outros pontos. O cartaz completo está disponível aqui.

Vozes ao alto em Palmela

Música, desporto, poesia, exposições e encontros estão no cardápio da comemoração do Dia da Liberdade em Palmela. Num programa extenso, o destaque vai para os espectáculos de Paulo de Carvalho (dia 22, às 21h30, na Sociedade de Instrução Musical), Jorge Palma (25, às 21h30, no Cine-Teatro S. João) e 100 Vozes pela Liberdade, que junta o Coro Participativo e a Orquestra da SFUA - Sociedade Filarmónica União Agrícola (dias 24 e 30, às 21h30, respectivamente na Praça da Independência do Pinhal Novo e no Cine-Teatro S. João). Mais informações aqui.

Setúbal assobia com batidas de esperança e energia

Carlão é o anfitrião da noite de 24 de Abril. Na Praça do Bocage, a partir das 21h30, o músico leva ao palco a energia contagiante de Assobia para o Lado, a par de novos temas, como 1986, e de trunfos anteriores (Os Tais, Viver pra sempre ou Contigo são apenas alguns dos exemplos). No Dia da Liberdade, é o Mercado Mensal de Azeitão que concentra as atenções. É lá que, às 21h, tem lugar o concerto dos HMB, que põem o funk e o soul ao serviço dos cravos, com direito a fogo-de-artifício no final. Em ambos os espectáculos, a entrada é gratuita.

Grândola entre o cravo e a música

Na vila que leva a Revolução e os valores da liberdade, democracia e fraternidade na pele, a festa vem com Liberdade, Incondicional. A noite de 24 de Abril conta com os espectáculos de Dino D’Santiago e da banda Golosa La Orquesta, respectivamente, no Complexo Desportivo Municipal José Afonso (22h30) e no Jardim 1.º de Maio (00h30), a par da habitual Corrida da Liberdade e do momento piromusical. Antes, pelas 10h, a Praça da Liberdade transforma-se num enorme cravo humano. Num desafio lançado a residentes e visitantes, todos são convidados a fazer parte da fotografia.

Loulé a (en)cantar

Para homenagear cantautores de intervenção como José Afonso, Fausto Bordalo Dias, Vitorino Salomé, Sérgio Godinho, José Mário Branco ou Adriano Correia de Oliveira, venham Cantigas de Maio. É esse o nome do projecto liderado pelo contrabaixista Bernardo Moreira (com o piano de Ricardo J. Dias, a guitarra de André Santos e a voz de João Neves), que agora se materializa em disco, homónimo, com concerto de lançamento marcado para 25 de Abril, às 21h, no Cineteatro Louletano (10€).

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