Faltam 30 anos para as mulheres terem o mesmo salário para as mesmas funções que os homens

O relatório “As One for Diversity, Equity & Inclusion”, da farmacêutica Merck, revela também que o índice de desigualdade de género tem diminuído, mas só em 2063 “o número de mulheres e homens em posições executivas deverá ser similar”. Os resultados são apresentados esta quinta-feira no auditório do PÚBLICO e online.

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O mesmo estudo refere que só em 2045 o número de homens cuidadores será equivalente ao de mulheres Nuno Ferreira Santos

Apenas dentro de 30 anos é expectável que as mulheres recebam o mesmo salário médio mensal que os homens nas mesmas funções, indica um estudo divulgado esta quinta-feira, com base nas evoluções registadas em Portugal na última década.

Segundo o relatório “As One for Diversity, Equity & Inclusion”, iniciativa da Merck, operacionalizada pela Spirituc, empresa de estudos de mercado especializada na área médica, “é expectável que apenas em 2052 homens e mulheres recebam o mesmo salário médio mensal para funções homólogas” e que essa diferença salarial persista mais três décadas.

De acordo com o mesmo estudo, há cada vez mais mulheres em quadros superiores, nomeadamente nos conselhos de administração das empresas, e o índice de desigualdade de género tem vindo a diminuir, mas “apenas em 2063 o número de mulheres e homens em posições executivas deverá ser similar”. As expectativas para se atingir a igualdade de género nos conselhos de administração são, no entanto, mais optimistas, apontando-se essa paridade para 2033, dentro de 11 anos.

Na análise sobre a presença feminina nos governos, que tem vindo a aumentar, as conclusões do estudo revelado esta quinta-feira apontam para que se alcance “o cenário ideal de igualdade por volta de” 2027, em cinco anos.

Já no que toca à partilha da licença de parentalidade de todos os homens com as mulheres, esse “cenário ideal”, olhando para os indicadores da última década, será uma realidade em 2037. O mesmo estudo refere ainda que só em 2045 é que o número de homens cuidadores será equivalente ao de mulheres que se encarregam dessa tarefa.

O director-geral da Merck Portugal, Pedro Moura, citado em comunicado, considera que são dados que “devem fazer reflectir sobre as mudanças que ainda são necessárias” para uma verdadeira diversidade, igualdade e inclusão de género”.

As conclusões são esta quinta-feira apresentadas às 16h, no auditório do jornal PÚBLICO, e transmitidas através da página de Facebook da Merck Portugal e da página na Internet do PÚBLICO.

Os promotores da iniciativa acentuam que este é “um encontro onde se irá fazer uma viagem pela realidade portuguesa na última década, em busca dos indicadores que permitam desenhar o cenário nacional ao nível da diversidade, equidade e inclusão, e traçar o que pode vir a ser o futuro ou o que será necessário fazer para que o futuro seja uma realidade mais equitativa”.

A Merck Portugal, empresa especialista em ciência e tecnologia, enfatiza a sua aposta em ter “equipas heterogéneas” e informa que “mais de metade da liderança é ocupada por mulheres”.

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