Inflação na zona euro chegou a 7,4% em Março

Diferença no índice de preços da energia face há um ano aproxima-se dos 45%. Mesmo com uma taxa de 5,5%, Portugal é dos países com variações mais baixas da UE.

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Em Portugal, o grupo dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas subiu 7,2% em Março Paulo Pimenta

A guerra na Ucrânia agravou a tendência de aumento dos preços na Europa, com a taxa de inflação a acelerar para 7,4% em Março, o mês seguinte à invasão do território ucraniano pelas forças russas. Portugal está no leque dos três países com as variações mais baixas.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Eurostat, o índice harmonizado de preços dos 19 países que partilham a moeda única registou uma subida de 7,4% em comparação com a realidade de Março do ano passado, agravando-se a diferença em relação ao que se passara em Fevereiro, em que a variação face ao período homólogo era de 5,9%.

A trajectória dos últimos meses é de aceleração. Em Outubro passado, a taxa inflação face ao mesmo mês do ano anterior era de 4,1%, em Novembro a diferença já estava nos 4,9%, em Dezembro tocou nos 5%, em Janeiro subiu para 5,1% e em Fevereiro já chegou àqueles 5,9%, para agora dar um salto para os 7,4%.

O valor da zona euro é ligeiramente inferior ao do conjunto dos 27 países da União Europeia (UE), onde a variação homóloga está mais próxima dos 8% (chegou a 7,8%). Um ano antes, lembra o Eurostat, a inflação homóloga na área do euro era de apenas 1,3% (em Março de 2021 face a Março de 2020).

Na comparação mensal (de Fevereiro para Março de 2022), o índice de preços registou uma variação de 2,4%, tanto na zona euro como na UE.

As maiores variações na União Europeia aconteceram na Lituânia (15,6%), na Estónia (14,8%) e na Chéquia (11,9%); em sentido oposto, as menores variações aconteceram em Malta (4,5%), França (5,1%) e Portugal (5,5%), refere o serviço de estatísticas europeu.

Apesar de registar um valor inferior à média dos parceiros da moeda única e da comunidade, Portugal apresenta um valor historicamente elevado. De acordo com dados anteriores do Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços nacional subira 5,3% em Março, fixando-se no valor mais alto em 28 anos, desde “Junho de 1994”.

Todas as classes de bens e serviços analisados registaram aumentos de preços pelo quarto mês consecutivo, “destacando-se as contribuições para a variação homóloga do IPC das classes de ‘transportes’ e de ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, com variações homólogas de 11% e de 7,2%, respectivamente”, depois de em Fevereiro terem registado agravamentos de 8,5% e 4,7% em termos homólogos, mostram dados do INE.

Na zona euro, os dados harmonizados mostram que a energia foi o segmento que mais se agravou e aquele que mais contribuiu para a variação da inflação em Março, seguindo-se os serviços e o grupo que junta comida, álcool e tabaco.

A variação do índice de preços da energia chegou aos 44,4% em Março, em termos homólogos, depois de uma diferenças de 27,5% em Novembro, de 28,8% em Janeiro e de 32% em Fevereiro. Na comida não processada, a variação foi de 7,8%, um aumento idêntico ao que se registou no tabaco (7,6%).

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