Johnny Depp volta a testemunhar e descreve Amber Heard como uma pessoa violenta

“Parecia puro ódio por mim”, disse o actor. “Se eu ficasse para discutir, sabia que [Amber Heard] iria escalar para a violência, e muitas vezes escalou.”

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A situação do dedo decepado de Johnny Depp por uma garrafa de vodka voltou ao tribunal EPA/EVELYN HOCKSTEIN/POOL

Depois de ter falado durante quase três horas na terça-feira, o actor Johnny Depp voltou a sentar-se no banco das testemunhas, esta quarta-feira, para declarar que o elemento violento da relação era Amber Heard, recusando as acusações tecidas pela ex-mulher de que ele abusara psicologicamente e fisicamente de si e justificando, assim, a acção de difamação.

Na terça-feira, Depp contara que, quando os dois se conheceram, durante as filmagens de O Diário a Rum, a ex-mulher parecera-lhe doce, inteligente e divertida. Esta quarta-feira, o actor avançou ao tempo em que já estavam juntos e relatou como o comportamento da actriz se alterou. De acordo com Depp, o casal tinha discussões frequentes durante as quais Amber Heard “chamava nomes aviltantes” e o “intimidava”.

“Parecia puro ódio por mim”, disse o actor. “Se eu ficasse para discutir, sabia que [Amber Heard] iria escalar para a violência, e muitas vezes escalou.”

Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters
Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters
Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters
Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters
Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters
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Johnny Depp descreveu várias situações em que diz ter sido vítima de uma "violenta" Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/Reuters

Quando lhe foi pedido para descrever a violência, Depp enumerou diferentes situações: que a ex-mulher o esbofeteou, o empurrou, lhe atirou um comando de televisão à cabeça ou um copo de vinho à cara. Durante uma discussão específica, um mês após o casamento, em Março de 2015, Depp disse que a actriz lhe atirou uma garrafa de vodka que falhou e acertou na parede. A segunda garrafa, porém, maior, acertou-lhe na mão, decepando-lhe a ponta do dedo médio da mão direita.

Depp confessou que, na altura, devia estar à beira do colapso, porque usou o sangue para escrever na parede lembretes das “mentiras” que Heard lhe tinha contado.

“Ela tem necessidade de conflito. Ela tem necessidade de violência”, acusou o actor. “Ela irrompe do nada.” Depp garante que a maioria das vezes se afastava, trancando-se num quarto ou numa casa de banho. “Em todas estas situações, o meu principal objectivo era recuar.”

No entanto, nos registos hospitalares não aparece qualquer garrafa, tendo o actor dito ao médico que entalara o dedo numa porta. Johnny Depp justificou: “Eu menti porque não queria revelar que tinha sido a sra. Heard que me tinha atirado uma garrafa de vodka e me tinha tirado o dedo. Não queria arranjar-lhe problemas.”

A situação do dedo decepado por uma garrafa de vodka não é nova. No caso que decorreu no Reino Unido, em que Depp processou o The Sun (e perdeu), a actriz negou alguma vez lhe ter atirado com uma garrafa ou causado a lesão descrita. Na altura, Heard disse que só atirou coisas para escapar quando Depp lhe batia e que, uma vez, lhe deu um murro porque temia que ele empurrasse a irmã por um lance de escadas.

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Amber Heard EVELYN HOCKSTEIN/POOL/LUSA

Johnny ​Depp, de 58 anos, afirma que Amber Heard, de 35, o difamou quando escreveu um artigo para o The Washington Post, em Dezembro de 2018, no qual relatou ser uma sobrevivente de abusos domésticos. Pouco tempo depois, Depp interpôs uma acção de 50 milhões de dólares (46,3 milhões de euros).

No texto em causa, Amber Heard não identifica o seu agressor pelo nome, mas, defende o advogado de Depp, Benjamin Chew, era claro que se estava a referir ao actor. Do seu lado, a actriz não nega que de facto falava sobre o ex-marido, mas observa que, por um lado, apenas escreveu a verdade e que, por outro, a sua opinião está protegida como livre expressão ao abrigo da Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Ou seja, respondeu com uma contra-acusação, pedindo uma indemnização de cem milhões de dólares (92,6 milhões de euros).

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