Político pró-russo capturado pede para ser trocado por moradores de Mariupol

Viktor Medvedchuk, detido pelas autoridades ucranianas no principio do mês, faz agora um apelo a Vladimir Putin para servir de moeda de troca com moradores e militares da cidade cercada de Mariupol.

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Viktor Medvedchuk, líder do partido Plataforma de Oposição - For Life Reuters/SERHII NUZHNENKO

O Serviço de Segurança da Ucrânia divulgou um vídeo que mostra Viktor Medvedchuk, ​político de 67 anos, pró-russo, milionário e aliado do Presidente da Rússia, capturado no início deste mês. Nele, Medvedchuk faz um apelo directo a Vladimir Putin para que sejam feitas negociações para a sua libertação imediata.

"Quero dirigir-me ao Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, e ao Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, um pedido para para me trocarem pelos defensores da Mariupol e pelos seus moradores. Os que ainda lá estão não têm a possibilidade de sair de forma segura pelos corredores humanitários”, disse Medvedchuk, que estando prisioneiro das forças ucranianas não se sabe até que ponto foi ou não coagido a realizar o vídeo.

O político pró-russo, líder do partido político Plataforma de Oposição - For Life, foi, durante anos, visto como um importante canal de comunicação com o Kremlin, tendo desempenhado um papel fundamental como intermediário com os separatistas apoiados pela Rússia que tomaram o Leste da Ucrânia.

Pede agora para ser libertado através de uma troca por moradores e soldados de Mariupol. Zelensky tinha pedido ao Governo russo para trocar Medvedchuk por “meninos e meninas presos no cativeiro russo”. Mas o político ucraniano diz que, como a cidade de Mariupol se encontra totalmente bloqueada e sem acesso a corredores humanitários, a sua libertação poderia ser feita em benefício das pessoas que lá estão encurraladas.

Medvedchuk estava desaparecido desde o início da invasão da Ucrânia, após fugir de casa, em Kiev, onde cumpria prisão domiciliária desde Maio do ano passado, acusado de traição à pátria. Quando foi capturado, envergava uma farda militar ucraniana. Segundo as autoridades locais, o político dirigia-se para a região separatista da Transnístria quando foi capturado e detido.

Numa publicação no Twitter, mais tarde removida por violar as regras de utilização da rede social, os serviços de segurança ucranianos escreveram: “Até pode ser um político pró-russo e ter trabalhado para o país agressor durante anos. Até pode ter estado escondido da Justiça nos últimos tempos. Pode até utilizar um uniforme militar ucraniano para se camuflar. Mas alguma vez isto o fará escapar da punição? De modo algum! As algemas estão à sua espera, e o mesmo vale para todos os outros traidores da Ucrânia.”

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