Greve dos trabalhadores da Parques de Sintra encerrou dois monumentos no domingo

Entre as reivindicações dos trabalhadores da empresa Parques de Sintra estão o aumento dos salários, a redução do horário de trabalho e o fim do recurso “sistemático” a trabalhadores temporários.

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Palácio de Queluz e Convento dos Capuchos foram encerrados este fim-de-semana Bruno Lisita

A greve dos trabalhadores da Parques de Sintra levou ao encerramento de dois monumentos no domingo, mas a empresa assegura que o número de visitantes de todos os espaços que gere foi o mais elevado dos últimos dois anos.

A Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) gere os parques e palácios da Pena e de Monserrate, bem como o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos e os palácios nacionais de Sintra e de Queluz.

A greve de três dias convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) encerrou o Convento dos Capuchos, na sexta-feira, o Palácio de Queluz, no sábado, e ambos no domingo, segundo a Parques de Sintra-Monte da Lua.

A paralisação foi decidida num plenário realizado em 5 de Abril e os trabalhadores reivindicam, além da valorização salarial e das carreiras, uma resposta concreta da empresa Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) ao caderno reivindicativo, assim como a retoma imediata da negociação do acordo de empresa.

Em declarações à agência Lusa, a dirigente sindical Maria José Rosa explicou que ainda não foram contabilizados os níveis de adesão da greve de três dias, mas que o encerramento do palácio de Queluz, no sábado e no domingo, e do Convento dos Capuchos, na sexta-feira e no domingo, são indicadores do sucesso da greve.

A dirigente sindical adiantou ainda que vai ser convocado novo plenário para aferir com os trabalhadores que outras medidas serão tomadas.

Já a Parques de Sintra-Monte da Lua referiu, em dados enviados à agência Lusa, que a greve teve uma adesão média de 9% (9% na sexta-feira, 10% no sábado e 8% no domingo) e que, nos três dias de greve, o número de visitantes dos monumentos geridos pela Parques de Sintra foi o mais elevado dos últimos dois anos.

A empresa tem cerca de 400 trabalhadores e o STAL reivindica um aumento geral dos salários de 90 euros para cada um, o combate ao recurso sistemático a empresas de trabalho temporário e a assinatura imediata de um Acordo de Entendimento que contemple a redução dos horários para 35 horas semanais.

A definição do salário base acima do salário mínimo nacional, a valorização da antiguidade dos trabalhadores e o aumento igual para todos do subsídio de refeição e cláusulas pecuniárias são outras reivindicações.

A PSML foi criada em 2000, na sequência da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade, e possui como accionistas o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.

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