Génio de Darwin entrega o título ao FC Porto

Com um golo e uma assistência do avançado uruguaio, o Benfica venceu o Sporting em Alvalade e deixou a confirmação do título portista presa por formalismos.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Quatro dias depois de ter saído de Anfield Road de cabeça erguida, o Benfica reforçou em Alvalade um ego quase sempre fragilizado nesta época. Num clássico em que a responsabilidade estava toda do lado do Sporting, os “encarnados” entraram melhor e voltaram a ter em Darwin Núñez a sua principal figura: com um golo e uma assistência do uruguaio para Gil Dias, o Benfica venceu, por 0-2. Com este resultado, as “águias” mantêm hipóteses de chegarem ao segundo lugar – estão a seis pontos dos “leões” – e deixam o título do FC Porto preso por formalismos: os “dragões” precisam apenas de quatro pontos para serem campeões.

Ao contrário do Sporting, que jogava sem margem de erro, o Benfica entrou em Alvalade sem quase nada a perder. Quatro dias depois de sair da Liga dos Campeões com a auto-estima em alta, as “águias”, tal como tinha acontecido em Liverpool, jogavam contra os “leões” com pouco a ganhar do ponto de vista desportivo, mas com o orgulho em jogo, por terem pela frente o rival lisboeta.

Embora o melhor momento dos “encarnados” em Anfield Road tivesse acontecido na segunda parte, com Yaremchuk em campo, Nelson Veríssimo repetiu a estratégia inicial da partida em Inglaterra, colocando o mesmo “onze”.

Num bom momento, Ruben Amorim tinha em Matheus Reis a principal baixa e, sem um dos jogadores-revelação desta época, entregou a Nuno Santos a responsabilidade de fazer o corredor esquerdo. No meio-campo, havia Palhinha em vez de Ugarte (menos qualidade na construção; mais segurança defensiva) e, no ataque, Paulinho voltou a jogar ao lado de Pedro Gonçalves e Sarabia.

Deste cocktail táctico, resultou um arranque com um Sporting expectante e um Benfica descomplexado. Entregando a bola às “águias”, os “leões” pareciam lançar um engodo a um rival que corre riscos com Taarabt ao lado de Weigl, mas a menor audácia sportinguista acabou penalizada com um golo na primeira oportunidade: aos 14’, Verthongen faz um passe de mais de 50 metros, Neto e Coates foram lentos a reagir, e a bola chegou aos pés de Darwin. O génio do uruguaio fez o resto: com um toque subtil, colocou a bola por cima de Adán, fez o 33.º golo esta época - 25.º no campeonato -, e somou mais uns milhares de euros à sua cotação.

A perder, o Sporting abandonou a estratégia. Assumindo o jogo e retirando a bola ao Benfica, a equipa de Amorim passou a aproximar-se com assiduidade da área benfiquista. Porém, aos 31’, foi Adán que levou um susto, depois de Diogo Gonçalves rematar de fora da área.

No minuto seguinte, na primeira oportunidade sportinguista, Sarabia deixou Pedro Gonçalves na cara de Vlachodimos, mas o extremo confirmou que não está com a eficácia da última época. Embora correndo menos riscos, era, todavia, o Benfica que parecia mais perto de marcar e, aos 38’, Otamendi colocou a bola no fundo da baliza, mas estava fora de jogo após um remate de Gonçalo Ramos.

Mesmo não tendo a sua equipa no nível exigido para a importância da partida, Amorim não mexeu ao intervalo e, logo após o recomeço, Everton esteve perto de marcar. O Sporting respondeu com uma oportunidade clara - Sarabia acertou no ferro -, mas o regresso agitado dos balneários foi um falso alarme.

Sabendo que o rival sente pouco conforto quando tem privilegiar o ataque organizado, os “encarnados” deixaram de correr riscos, juntaram mais as linhas e baixaram o ritmo. Amorim tentou ludibriar a estratégia lançando primeiro Ugarte e Slimani, depois Esgaio e Edwards. O jogo, no entanto, não mudou.

Com o Benfica a mostrar uma fiabilidade defensiva pouco habitual nos últimos tempos, o Sporting não conseguia entrar de forma organizada na área de Vlachodimos, que apenas de bolas paradas era (ligeiramente) incomodado. E, no tudo ou nada “leonino” – Coates já era ponta-de-lança -, foi o Benfica que marcou: já em período de descontos, Darwin não foi egoísta e ofereceu a Gil Dias o 0-2.

Premiado pela boa entrada no jogo, o Benfica repetiu em Alvalade a exibição meritória de Inglaterra, manteve hipóteses matemáticas de chegar ao segundo lugar e deu início aos preparativos da festa do título do FC Porto.

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