Ver e cair com a pintura de Isabel Simões

Depois de Humores, regressa à Galeria Bruno Múrias para a sua segunda exposição individual. A tensão com o espaço físico e a presença do corpo diante da pintura continuam a ser elementos de um trabalho que, transfigurado, vem explorar os sentidos da queda, da graça e da gravidade.

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Nuno Ferreira Santos

Em A gravidade e a graça na Galeria Bruno Múrias, em Lisboa, encontram-se pinturas nas paredes e esteiras no chão. Um certo cromatismo aproxima os dois objectos — verticais, os primeiros, horizontais, os segundos — como também uma tensão indefinida, quase invisível. Os títulos das pinturas oferecem pistas para interpretar a relação: Arena, todas são assim chamadas. O que significa? Talvez que algo aconteceu ou que vai acontecer sobre as esteiras verdes. Na arte marcial japonesa aikido, aquelas são conhecidas como tartamis e recebem os corpos que caem, sob o peso da gravidade. Mas, é oportuno lembrar, não estamos no palco de uma actividade física, e sim numa exposição, a segunda de Isabel Simões (Lisboa, 1981) na galeria lisboeta. Como em Humores, há três anos, reaparecem certos elementos — a tensão com o espaço físico, a noção do movimento, o corpo do espectador diante da pintura — mas transfigurados.

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