Adesão da Finlândia à NATO é “altamente provável”, diz ministra dos Negócios Estrangeiros

A maioria do povo finlandês está a favor de uma adesão à NATO, mas falta o Parlamento dar luz verde.

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Reuters/DADO RUVIC

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Tytti Tuppurainen, disse esta sexta-feira, em entrevista à Sky News, que é “altamente provável” que o país venha a aderir à NATO, mas que ainda não foi dada a luz verde. O Kremlin, por seu lado, reforçou que a Finlândia, assim como a Suécia, enfrentarão duras consequências se derem este passo.

“Somos uma democracia parlamentar, pelo que precisamos de discutir esta questão no nosso parlamento. Neste momento, eu diria que é altamente provável, mas ainda não foi tomada uma decisão”, afirmou a ministra. Contudo, “o povo da Finlândia parece já ter tomado a sua decisão e existe uma enorme maioria a favor”, acrescentou.

Tanto a Finlândia como a Suécia estão a analisar uma possível adesão à Aliança Atlântica, na sequência da guerra na Ucrânia, que já se prolonga há mais de 50 dias. Na quarta-feira, após um encontro com a sua homóloga sueca, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, assegurou que a decisão será tomada antes da Cimeira da Aliança em Madrid, no final de Junho.

À Sky News, Tytti Tuppurainen referiu ainda que as acções da Rússia devem ser encaradas como uma “chamada de atenção para todos”. E uma vez que a fase de transição entre a candidatura à NATO e aprovação pode ser morosa, “desagradável” até, a ministra sublinha que é do interesse de todos “que o processo de candidatura seja o mais rápido possível”.

O Kremlin tem vindo a avisar que responderá com um reforço militar, ameaçando mesmo com um destacamento de armas nucleares e mísseis hipersónicos no Báltico, caso a Finlândia e a Suécia adiram à NATO. Ainda esta sexta-feira voltou a advertir para as duras consequências que estes países enfrentarão. Segundo as palavras da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada pela AFP, os dois países “devem compreender as consequências” que provocaria nas suas relações bilaterais e na “arquitectura de segurança europeia como um todo”.

Tal passo implicaria uma nova “linha da frente” para a NATO, continua, referindo-se à proximidade da Finlândia e da Suécia com a Rússia, tendo em conta que a Finlândia partilha uma fronteira de 1340 quilómetros de extensão com a Rússia.

Perante estas ameaças deixadas pelo Kremlin, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Finlândia assegurou que o país está a tomar as suas decisões com base nos seus próprios interesses e na sua interpretação da situação global. “Já vimos o que a Rússia é capaz de fazer, o que Vladimir Putin é capaz de fazer. Ele é um ditador implacável, e quer recuar aos anos da antiga Rússia soviética, e não podemos permitir que isso aconteça”, sublinhou ainda, acrescentando que os países ocidentais têm de agir “unidos” enquanto “defensores dos valores liberais e da democracia liberal”, isolando a Rússia.

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