Elon Musk quer comprar Twitter para “transformar” a rede social

“A minha oferta é a minha melhor e última oferta”, disse Musk, que propõe comprar as acções que ainda não detém ao preço de 54,20 dólares.

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Elon Musk já é o principal accionista do Twitter Reuters/Rebecca Cook

Menos de duas semanas depois de se ter tornado no principal accionista do Twitter, o multimilionário Elon Musk apresentou uma proposta para comprar as restantes acções da rede social. De acordo com o relatório enviado pela empresa à Securities and Exchange Commission (SEC), supervisora do mercado financeiro norte-americano, a proposta é de 54,20 dólares por acção (49,70 euros), colocando o valor do Twitter nos 43 mil milhões de dólares (cerca 37,6 mil milhões de euros).

“A minha oferta é a minha melhor e última oferta”, escreveu o fundador da Tesla e da SpaceX ao presidente do conselho de administração do Twitter, Bret Taylor, segundo o documento publicado nesta quinta-feira.

Elon Musk defende que o Twitter “precisa de ser transformado” para atingir todo o potencial que tem como rede social. Para isso, entende que deve tirar a empresa da bolsa para fazer as mudanças que deseja sem se preocupar com reacções dos investidores.

"Investi no Twitter por acreditar no seu potencial para ser a plataforma de liberdade de expressão do mundo, e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo funcional para uma democracia funcional”, refere o bilionário, um utilizador regular da rede do pássaro azul, onde conta com mais de 80 milhões de seguidores.

"No entanto, desde o meu investimento apercebi-me que a empresa não vai prosperar nem servir este imperativo social na sua forma actual. O Twitter precisa de ser transformado fora da bolsa”, continuou Musk, que já criticou publicamente várias decisões da empresa ao longo dos anos, antes de se tornar accionista.

Musk abordou no seu perfil, ao longo das últimas semanas, o estado do Twitter e possíveis alterações à rede social e ao modelo de negócio. ​A 25 de Março, publicou uma sondagem dirigida aos seus seguidores na qual perguntava se o Twitter “aderia rigorosamente” ao princípio de que a liberdade de expressão é essencial para uma democracia funcional. Também comentou uma possível reforma do sistema de verificação de contas e do serviço de subscrição Twitter Blue.

Já depois de conhecida a compra de acções, voltou a sondar os seguidores, desta vez sobre a implementação de um botão de edição de tweets – uma funcionalidade pedida há muito pelos utilizadores e que a empresa confirmou estar a ser desenvolvida. Mas não se ficou por aqui: numa série de tweets entretanto apagados, chegou a questionar se deveria tornar a sede do Twitter em São Francisco num espaço para alojar sem-abrigo ou remover o “w” do nome da rede social.

As intervenções de Elon Musk, que se juntam aos diversos comentários sobre a empresa que tem vindo a fazer o longo dos anos, causaram algum desconforto aos funcionários da gigante tecnológica, preocupados com a tomada da empresa por parte do empresário, segundo o The New York Times. A Reuters avança que era esperada uma reunião com todos os funcionários da empresa esta quinta-feira para discutir os desenvolvimentos mais recentes.

O bilionário norte-americano, que em 2021 se tornou no homem mais rico do mundo, mostra-se intransigente quanto à sua oferta. ​"Se não for aceite, terei de reconsiderar a minha posição como accionista”, avisou depois de notar que a proposta é 54% superior ao valor das acções do Twitter antes do seu primeiro investimento, a 28 de Janeiro, e 38% superior ao valor no momento em que a compra das acções foi divulgada.

Desde o anúncio da proposta, as acções da empresa estão a reagir em alta, com uma subida de 5% logo no arranque da sessão da bolsa norte-americana. No encerramento do mercado de quarta-feira, as acções do Twitter estavam a ser negociadas a 45,85 dólares (cerca de 42 euros).

Elon Musk comprou no início deste mês 74,3 milhões de acções do Twitter, correspondentes a 9,2% do capital da rede social, que o colocaram como seu maior accionista. Depois da aquisição, foi chamado a juntar-se ao conselho de administração da empresa, o que limitaria a sua participação na empresa a uma fatia do capital de 15%, mas o empresário rejeitou o convite.

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