Navalny pede ao Ocidente avalanche de “informação” para desarmar Putin

O opositor do Kremlin e de Vladimir Putin dirigiu-se aos aliados ocidentais e apelou a uma “frente de informação” para combater a “propaganda” russa. “É com uma campanha publicitária que uma campanha nacional antiguerra começa.”

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Alexei Navalny num protesto em Moscovo, em 2020 Reuters/Shamil Zhumatov

Alexei Navalny, opositor do Kremlin e de Vladimir Putin, apelou, nesta quinta-feira, a uma “frente de informação” para desarmar a “propaganda” do Presidente russo. Numa sequência de publicações no Twitter, dirigiu-se aos aliados ocidentais: “Precisamos de anúncios, de muitos anúncios. É com uma campanha publicitária que uma campanha nacional antiguerra de grandes dimensões começa.”

As intervenções de Navalny surgem na sequência de o Kremlin ter divulgado que 75% da população russa concorda com a invasão da Ucrânia, dados que o activista garante serem “mentira”.

“Duzentos milhões de publicações por dia para que cheguem a cada cibernauta russo duas vezes — por toda a Rússia, em cidade e aldeias, em cada tablet e em cada telefone.” O pedido destina-se, em particular, aos líderes dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Navalny fala também para os líderes de gigantes tecnológicos, como Mark Zuckerberg, do Facebook, ou Sundar Pichai, da Google.

A intenção é criar uma avalanche de informação de tal forma esmagadora que seja capaz de “derrotar a propaganda de Putin”, através do “poder publicitário dos órgãos de comunicação social”. Uma estratégia para contornar os esforços de Moscovo na censura da maioria dos jornais independentes russos e do acesso à informação online.

“A realidade é que a maior parte dos cidadãos russos tem uma visão completamente distorcida sobre o que se está a passar na Ucrânia”, escreveu o político. “Para eles, Putin está a travar uma pequena e muito bem-sucedida batalha, com muito pouco sangue derramado. Os nossos soldados são heróis e quase não há baixas a registar”.

Navalny foi condenado em Março passado a nove anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 1,2 milhões de rublos (cerca de dez mil euros), pelos crimes de fraude e desrespeito pelo tribunal. O opositor político e a sua equipa de defesa asseguram que a sentença tem “motivações políticas” e o objectivo de o silenciar.

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