Separatistas pró-russos dizem ter conquistado zona portuária de Mariupol

Antes desta declaração, uma brigada das Forças Armadas da Ucrânia disse que se preparava para uma “batalha final” em Mariupol.

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Um morador junto a um edifício destruído em Mariupol Reuters/ALEXANDER ERMOCHENKO

O chefe dos separatistas russófonos de Donetsk afirmou esta segunda-feira que as suas forças controlam totalmente a zona portuária da cidade estratégica de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, cercada há mais de um mês.

“Em relação ao porto de Mariupol, já está sob o nosso controlo”, declarou Denis Pushilin em declarações transmitidas em directo pela cadeia televisiva russa Pervy Canal.

Citado pela agência noticiosa Ria-Novosti, o representante do exército separatista, Eduard Basurine, afirmou que os últimos defensores ucranianos se concentravam agora nas fábricas Azovstal e Azovmach. Esta manhã, Basurine tinha afirmado que 80% da zona portuária tinha sido conquistada.

As forças das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, participam activamente na ofensiva do Kremlin, desencadeada em 24 de Fevereiro.

O exército russo e os separatistas do Donetsk cercavam há mais de um mês a região de Mariupol, nas margens do mar de Azov, onde se depararam com uma grande resistência, apesar dos contínuos bombardeamentos.

Um dos últimos bastiões da resistência ucraniana situa-se no grande complexo metalúrgico de Azovstal, situado junto ao porto de Mariupol.

À semelhança das declarações dos líderes de Moscovo, o chefe dos separatistas russófonos de Donetsk, Denis Pushilin, afirmou também esta segunda-feira que as suas forças se vão juntar aos esforços para conquistar totalmente a região ucraniana de Donetsk.

“A operação vai ser intensificada porque, quanto mais esperamos, mais a população civil sofre ao permanecer refém da situação”, afirmou em conferência de imprensa em Donetsk, cidade sob controlo dos separatistas russófonos desde 2014.

Segundo o responsável, milhares de soldados ucranianos ainda combatem no complexo fabril de Azovstal. “O número referido nos nossos relatórios refere-se entre 1.500 e 3.000 pessoas”, disse.

Antes, a France-Press citava um post no Facebook atribuído a uma brigada das Forças Armadas ucranianas, referindo que os militares se preparavam para uma “batalha final” em Mariupol. “Será a morte para alguns de nós e o cativeiro para outros”, dizia a mensagem, pedindo ainda “aos ucranianos” para que se lembrem deles “com uma palavra amável”. No entanto, um assessor do presidente da Câmara de Mariupol, Petro Andryushchenko, disse que o post era falso e que a conta de Facebook tinha sido pirateada. A Reuters não pôde verificar esta garantia de Petro Andryushchenko.

“Há mais de um mês que lutamos sem munições, sem comida, sem água”, fazendo “o possível e o impossível”, dizia o post, segundo o qual cerca de “metade” dos membros da brigada estão feridos. Havia ainda queixas da alegada falta de ajuda do comando do Exército e do Presidente ucraniano. “Só uma vez recebemos 50 cartuchos, 20 minas, mísseis antitanque NLAW”, lamentaram na publicação.


Notícia actualizada às 19h44: um assessor do presidente da Câmara de Mariupol disse que o post de Facebook era falso e que a conta da brigada das Forças Armadas ucranianas tinha sido pirateada.

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