Faro Story Spot abre este Verão para nos fazer “apaixonar pela cidade e pela ria Formosa”

Junto à Sé Catedral de Faro, nasce em Junho um espaço imersivo que, entre personagens e projecções, conta a história da capital do Algarve, da ria Formosa e da dieta mediterrânica. No final, há tiborna e vinho na esplanada e uma app para continuar a explorar o centro da cidade.

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Esboços do projecto, desenhados em computador DR
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Esboços do projecto, desenhados em computador DR

Com a Sé de Faro como pano de fundo, entramos naquela que promete ser a próxima atracção turística da cidade: o Faro Story Spot, com abertura prevista para Junho, quer ser “uma homenagem” à cidade e à ria Formosa. O objectivo da nova experiência imersiva, com recurso a projecções multimédia, é que “quem entre se apaixone por Faro”, resume Sofia Fonseca, responsável criativa do projecto. “Queremos que os farenses se sintam orgulhosos de vir cá, que quem visita a cidade pela primeira vez descubra coisas que não estava à espera, e que as escolas possam vir durante todo o ano.”

Na recepção, de paredes cobertas por franjas azuis iluminadas e círculos onde se avistam retratos do quotidiano natural da ria Formosa, começamos a viagem pelas histórias contadas no Faro Story Spot, divididas por três temáticas – e alas diferentes, embora interligadas. Na primeira sala, a personagem Zé do Mar (interpretada pelo actor João de Brito, natural de Faro) conta-nos a história da cidade, desde o século VIII a.C., então Ossónoba, levando-nos pela cronologia da cidade e mapeamento de alguns dos principais edifícios históricos que ainda hoje podemos vislumbrar.

De seguida, entramos na ria Formosa, guiados por Marino, um hippocampus hippocampus animado de “17 gramas”, que nos relembra como as espécies de cavalos-marinhos que habitam a Formosa (a ria que “não é ria”, também se aprende, assim como a lenda que deu origem ao nome) estão, actualmente, em perigo de extinção devido à captura excessiva. Entre as diferentes espécies de fauna e flora que vivem na ria e a sua importância para o ecossistema local e actividade económica da região, procura-se “educar [o visitante] em termos ambientais para a importância e valor que a ria tem”, acrescentava Sofia momentos antes.

Na última sala, somos convidados a sentar-nos, literalmente, à mesa da dieta mediterrânica, classificada em 2013 como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Interligando-se com a história da cidade e da região, e com os produtos que a ria nos dá, fala-se dos ingredientes mais característicos, das receitas mais tradicionais, mas também dos materiais e utensílios utilizados, naquele que é o espaço mais sensorial da experiência.

Esta última ala temática, que também se estende lá fora, como contamos em seguida, pretende ainda recriar a ideia de uma taberna, numa “homenagem” àquela que terá existido neste mesmo espaço, propriedade de “uma senhora espanhola, a Pepa”, que se instalou em Faro depois de fugir da Guerra Civil Espanhola.

Contar histórias da região de “forma divertida e descontraída”

Foi em 2018, numa “noite intensa de Agosto”, que o projecto, inesperadamente, começou a germinar. João Amaro, um dos responsáveis do espaço, desenvolvido pela empresa GOOD MOMENTS – Indústria Criativa de Cultura e Alimentação Tradicional, recebeu um telefonema do proprietário do edifício. Depois de explorar aqui um restaurante durante anos, queria reformar-se. Quereriam eles “ficar com o espaço”? “Dissemos imediatamente que sim, sem fazermos a mínima ideia do que queríamos fazer.” Envolveram a Universidade do Algarve, a autarquia local, o museu municipal, a entidade regional de turismo e, em conjunto, chegaram ao esboço daquilo que é agora o Faro Story Spot, respondendo, no entender de João, a “uma lacuna do mercado”: “contar a história de Faro e falar da ria Formosa de uma forma divertida e descontraída”.

O projecto arrancou em 2019 e em Março de 2020 “já estava para aí a 60%”, mas a pandemia veio adiar a conclusão dos trabalhos. No início de Abril, quando visitámos o espaço, numa visita exclusiva para imprensa, estavam “a 80% do processo”. “Perspectivamos abrir em Junho”, avançava João Amaro, sem se comprometer com uma data concreta.

O espaço, no Largo da Sé, ocupa o piso térreo de um edifício do século XVIII, com “muitas limitações construtivas” às quais o projecto se foi adaptando. O resultado é um labirinto de múltiplas salas pequenas e corredores estreitos, que vamos percorrendo para conhecer cada uma das três temáticas do Faro Story Spot. A dimensão contribui para a sensação de imersão: a realidade soalheira do largo fica suspensa enquanto entramos na história da cidade, mergulhamos na biodiversidade da ria Formosa e nos sentamos à mesa da dieta mediterrânica.

No final, regressa-se à realidade para um momento de degustação. Ainda não estava montada quando visitámos, mas a frente do edifício vai contemplar uma esplanada com “cerca de 40 lugares”, onde será possível ficar a desfrutar de “uma tiborna e um copo de vinho”. Depois, é entregue ainda a password de acesso à aplicação móvel do projecto, que permite fazer “um circuito autoguiado” pelo núcleo histórico da cidade.

A experiência, com duração prevista de “mais 45 minutos”, leva o visitante por alguns pontos de referência da Vila Adentro, nomeadamente a igreja da Sé, o antigo paço episcopal e seminário, o museu municipal, as portas das antigas muralhas, com passagem pelo “bairro dos pescadores, as antigas vendas e armazéns localizados na Rua da Porta Nova”, “pelo cais e pela antiga localização da doca e do mercado do peixe”, lê-se na apresentação do projecto. De acordo com João Amaro, a app funciona “simultaneamente como um quizz que vai dar pontos” que depois “dão direito a prémios” na loja do Faro Story Spot, localizada na recepção.

Dadas as dimensões do espaço, a capacidade máxima é de “oito visitantes a cada 25 minutos”, existindo audioguias gratuitos em quatro línguas (português, espanhol, francês e inglês). O preço da experiência ainda não está fechado, mas deverá rondar os 20€, aponta João Amaro, incluindo a visita ao Faro Story Spot, degustação e acesso à aplicação móvel. Já o horário deverá ir das 10h às 22h de Junho a Setembro, fechando às 18h nos restantes meses do ano.

O projecto resulta de um investimento na ordem dos 550 mil euros e espera receber cerca de “25 mil visitantes por ano”, avança João. “Vamos começar com esta história, mas daqui a dois ou três anos podemos contar outra história sobre Faro e sobre a ria Formosa.” Ao projecto Tertúlia Algarvia, a poucas ruas de distância, junta-se agora o Faro Story Spot. “Temos um restaurante e fazemos aulas, mas nunca quisemos ser uma empresa de restauração ou uma organização só dedicada à gastronomia. É focada na alimentação tradicional algarvia, na história, nas artes e ofícios, e este projecto enquadra-se nessa missão de contar a história da região”, resume. “Vamos ver que loucura virá a seguir.”

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