O passado e o presente dos povos indígenas sobressaem nas imagens do ano da World Press Photo

Vêm do Brasil, do Canadá e da Austrália os trabalhos premiados esta quinta-feira no maior concurso de fotojornalismo e fotografia documental do mundo. Os temas da memória colonial, da Amazónia sob Bolsonaro e dos saberes ancestrais estão entre as escolhas.

A red dress along the highway signifies the children who died at the Kamloops Indian Residential School in Kamloops, British Columbia on Saturday, June 19, 2021. Red dresses are also used to signify the disproportionate number of missing and murdered Indigenous women and girls. Amber Bracken for The New York Times
Fotogaleria
A fotografia do ano documenta a terrível história da assimilação forçada de crianças indígenas no Canadá Amber Bracken para The New York Times/World Press Photo
For tens of thousands of years, Aboriginal people - the oldest continuous culture on earth - have been strategically burning the country to manage the landscape and to prevent out of control fires. At the end of the wet season, there's a period of time where this prescribed burning takes place. I visited West Arnhem Land in April/May 2021 and witnessed prescribed aerial and ground burning.
Fotogaleria
As queimadas, uma prática ancestral dos aborígenes australianos, são o tema da série contemplada com o prémio História do Ano Matthew Abbott para National Geographic/Panos Pictures
world-press-photo,fotografia,culturaipsilon,canada,australia,amazonia,
Fotogaleria
A desflorestação acelerada da Amazónia, captada a preto e branco, venceu na categoria Projecto de Longa Duração Lalo de Almeida para Folha de São Paulo/Panos Pictures
world-press-photo,fotografia,culturaipsilon,canada,australia,amazonia,
Fotogaleria
A emigração e a perda de saberes ancestrais em relação no trabalho de Isadora Romero, prémio Formato Aberto Isadora Romero/World Press Photo

A imagem da fotógrafa canadiana Amber Bracken falará por si própria, mas a presidente do júri do World Press Photo, Rena Effendi, fez questão de reforçar o seu poder simbólico: “É o tipo de imagem que fica queimada na nossa memória, inspira uma reacção sensorial. Quase se consegue ouvir a quietude, um momento silencioso de ajuste de contas global com a história da colonização, não só no Canadá mas em todo o mundo.” As cruzes com vestidos vermelhos que adejam na brisa, homenageando, à beira da estrada, as crianças mortas na Kamloops Indian Residential School, instituição criada para “assimilar crianças indígenas” na Colúmbia Britânica, dão conta de uma trágica descoberta feita no ano passado no Canadá. Esta quinta-feira, a história desta imagem viu-se acrescentada de mais uma linha: é a Fotografia do Ano da World Press Photo.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar