Daesh reivindica responsabilidade por atentado terrorista em Israel

O ataque, no qual morreram dois polícias, foi o primeiro reivindicado pelo grupo extremista em Israel desde 2017.

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Local do ataque de domingo em Hadera, Israel, que fez dois mortos ABIR SULTAN/EPA

O Daesh reivindicou um ataque que matou dois polícias em Hadera, no domingo, quando Israel recebia uma cimeira com o secretário de Estados dos EUA e quatro ministros de Negócios Estrangeiros de países árabes que assinaram recentemente acordos com Israel.

Foi o primeiro atentado reivindicado pelo Daesh em Israel desde 2017, segundo o SITE Intelligence Group, que se dedica a analisar a actividade online de organizações jihadistas (e supremacistas brancas).

Imagens de câmaras de vigilância mostraram os dois homens a disparar contra dois polícias de fronteira, um homem e uma mulher, matando-os. Dois polícias que estavam a jantar num restaurante perto mataram de seguida os atacantes.

Além da reivindicação do Daesh, feita no seu canal no Telegram, a polícia israelita confirmou que os atacantes de domingo eram simpatizantes do movimento extremista. Tratava-se de dois palestinianos cidadãos de Israel, ou árabes israelitas, da cidade de Umm el-Fahm, segundo o Haaretz.

Este ataque segue-se a outro em Beersheba, na terça-feira, em que um atacante matou quatro pessoas, atropelando primeiro um ciclista, que morreu, e esfaqueando depois várias outras pessoas (além de três mortas, outras duas ficaram feridas), antes de ser morto a tiro por um condutor de autocarro que passava no local.

A proximidade dos dois ataques levou ao medo de um regresso da violência e da ameaça de ataques inspirados no Daesh em Israel. O grupo extremista nunca conseguiu atrair muita simpatia entre palestinianos, e um anúncio de que iria focar os seus ataques em Israel, feito em 2020, parecia ter ficado pelas palavras. Mas o movimento está, nota o jornalista do Haaretz, a ter um ressurgimento em parte por causa de um triunfalismo islamista ligado à retirada americana do Afeganistão (apesar de no Afeganistão os taliban e os simpatizantes do Daesh serem adversários).

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