Suspeitos do homicídio de agente da PSP serão ouvidos quarta-feira

A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois fuzileiros e um civil na segunda-feira à noite. Marcelo Rebelo de Sousa visitou a esquadra de Alfragide onde o agente da PSP que morreu Fábio Guerra estava destacado. “Acompanho a vossa dor. Nunca esqueceremos o Fábio”, afirmou o Presidente da República.

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Os suspeitos serão ouvidos quarta-feira no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça. Nuno Ferreira Santos

Os três suspeitos pela morte de Fábio Guerra, de 26 anos, o agente da PSP que morreu na sequência das agressões de que foi alvo à porta de uma discoteca em Lisboa, vão ser ouvidos na quarta-feira no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

A Polícia Judiciária (PJ) que deteve dois fuzileiros e um civil na segunda-feira à noite, por suspeitas de participação nas agressões, já fez saber “que a investigação prossegue com vista à eventual identificação de outros envolvidos”, sendo expectável mais detenções. Um dos fuzileiros é conhecido por treinar boxe num ginásio da Quinta do Conde, em Sesimbra.

De acordo com imagens de videovigilância que mostram o momento em que um grupo, com cerca de dez pessoas, agride com violência um indivíduo à porta da discoteca. Nas imagens é possível ver o homem a ser empurrado e a cair. Quando já está no chão é pontapeado na cabeça.

É nesta altura que os agentes da PSP, onde se inclui Fábio Guerra, e que estavam de folga e sem armas, aparecem nas imagens a correr para a zona onde estão os agressores. O que acontece depois não estará gravado nestas câmaras porque está fora do alcance das mesmas.

Em comunicado, a PJ garantiu que os três suspeitos com 24,22 e 21 anos de idade, foram detidos fora de flagrante delito “por existirem fortes indícios da prática de crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada, que vitimaram cinco agentes da Polícia de Segurança Pública, um dos quais, infelizmente, acabou por falecer, como consequência das agressões sofridas”.

Acresce que, segundo o mesmo comunicado, as diligências entretanto efectuadas - buscas domiciliárias e não domiciliárias aos três arguidos, incidindo sobre as suas residências, viaturas e unidade militar ­- permitiram “reunir fortes indícios da autoria dos crimes praticados e sustentaram a emissão, pela Autoridade Judiciária competente, de mandados de detenção, fora de flagrante delito”.

Ao que o PÚBLICO apurou, os dois militares, que contactaram voluntariamente as chefias e receberam imediatamente ordens para se apresentarem na Base Naval do Alfeite, onde estiveram retidos de domingo até hoje, foram ouvidos no âmbito de um processo de averiguações interno da Marinha e alegaram que agiram em legítima defesa quando um grupo, com umas dezenas de indivíduos, lhes fez uma espera à porta da discoteca e os agrediu. Assumem o seu envolvimento na rixa, mas negam ter pontapeado o agente da PSP na cabeça.

Alegam que os agentes já estariam junto a esse grupo e que terá sido um outro indivíduo, que não é militar, que agrediu Fábio Guerra na cabeça quando este já estava no chão.

Na versão da PSP, que foi comunicada através do Gabinete de Imprensa da Direcção Nacional, os agentes intervieram para pôr fim a uma desordem e acabaram “violentamente agredidos”. Além de Fábio Guerra, que acabou por falecer, foram agredidos mais quatro agentes que já tiveram alta hospitalar.

Entretanto, esta terça-feira, segundo o Correio da Manhã, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a esquadra de Alfragide onde Fábio Guerra estava destacado.

O Presidente da República disse que irá até à Covilhã, para se encontrar com a família do agente.

“Não queria deixar de vir aqui dar um abraço”, disse Marcelo assumindo partilhar “o desgosto e saudade” com os camaradas de Fábio Guerra. “Acompanho a vossa dor. Nunca esqueceremos o Fábio”, afirmou.

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