Autoeuropa: terceiro pré-acordo laboral mantém prémio e inclui aumento mínimo de 30 euros

“Estas negociações foram realizadas num contexto completamente adverso e de instabilidade”, diz a Comissão de Trabalhadores, que acredita na aprovação acordo. Referendo marcado para 29 e 30 de Março.

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Na Autoeuropa trabalham cerca de 5000 pessoas Miguel Manso (arquivo)

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa anunciou hoje que já tem um novo pré-acordo laboral. É a terceira proposta de acordo, depois de os dois anteriores (votados em Maio de 2021 e Fevereiro de 2022) terem sido rejeitados pela maioria dos cerca de 5000 trabalhadores da fábrica da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal.

A nova versão, que será referendada nos dias 29 e 30 de Março, mantém o pagamento do prémio de objectivos (que tinha sido retirado da proposta anterior para compensar a manutenção dos postos de trabalho do quarto turno, cerca de 1000 empregos). Além disso, inclui aumentos salariais de 2% nos próximos dois anos, com um aumento mínimo de 30 euros.

“O novo pré-acordo laboral garante um aumento mínimo de 30 euros já este ano e a manutenção do prémio anual por objectivos, que abrange a maioria dos trabalhadores da fábrica de Palmela e que nos últimos dois anos foi de cerca de 1400 euros”, disse o coordenador da comissão de Trabalhadores (CT) da fábrica de automóveis da Autoeuropa, Rogério Nogueira, à Lusa. O PÚBLICO tentou contactar o mesmo responsável, mas até ao momento sem sucesso.

O representante dos trabalhadores lembrou que no anterior pré-acordo, que foi rejeitado pelos trabalhadores em Fevereiro, o aumento mínimo para 2022 era de 25 euros e que, em vez do prémio por objectivos, os trabalhadores teriam 44 down-days (dias de não produção, mas que são pagos na íntegra), em vez dos 22 que já tinham anteriormente, e que se vão manter no novo pré-acordo laboral.

Questionado pela Lusa, o coordenador da CT da Autoeuropa afirmou-se convencido de que este novo pré-acordo será viabilizado pela maioria dos cerca de 5000 trabalhadores da fábrica do grupo alemão.

“Estas negociações foram realizadas num contexto completamente adverso e de instabilidade, a pandemia, a crise dos semicondutores e agora com a questão da guerra na Ucrânia que está a afectar imensas fábricas da Volkswagen”, disse Rogério Nogueira.

“Conseguimos, neste novo pré-acordo, não só pressionar a empresa para que desistisse de retirar o prémio de objectivos aos trabalhadores, como também melhorámos noutros aspectos, como é o caso das pausas para dez minutos, dias especiais e os pagamentos dos prémios de fim-de-semana como direitos adquiridos que não necessitam de negociação em acordos futuros. Estamos em condições de alcançar um acordo que melhore as nossas condições laborais e salariais nos próximos dois anos”, acrescentou o coordenador da CT da Autoeuropa.

A proposta vai ser apresentada e discutida pelos trabalhadores em reuniões plenárias agendadas para quinta e sexta-feira. A votação está marcada para a próxima semana.

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