Avião com 132 pessoas a bordo cai na China

O Boeing 737, da China Eastern Airlines, caiu na região de Guangxi. A televisão estatal chinesa informou que o avião teve um “acidente”, causando um fogo nas montanhas, e que o número de vítimas ainda não é conhecido

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Familiares dos passageiros do voo da China Eastern Airlines esperam por notícias Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS

Um avião com 132 pessoas a bordo despenhou-se na China, esta segunda-feira. O Boeing 737, da China Eastern Airlines, caiu numa zona montanhosa da região de Guangxi, confirmou a administração da aviação civil chinesa (CAAC)​. O avião fazia a ligação entre Kunming e Guangzhou.

“Podemos confirmar que o avião caiu”, disse a companhia área em comunicado, fornecendo também o número de uma linha directa para onde os familiares das pessoas que estavam a bordo podem ligar e avançando que a causa do acidente está a ser investigada.

A televisão estatal chinesa informou que o avião teve um “acidente”, causando um fogo nas montanhas, e que o número de vítimas ainda não é conhecido. O Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China, diz, citando um bombeiro que se encontra no local, que não há sinais de sobreviventes entre os destroços.

Depois de emitido o alerta para a queda do avião, cerca de 300 socorristas foram enviados para o local e outros 150 chegarão dentro de algumas horas, disse o serviço local de incêndios florestais à televisão estatal chinesa.

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Avião da China Eastern Airlines. Imagem de arquivo MAURITZ ANTIN

Segundo os meios de comunicação local, um dos membros da equipa de resgate afirmou que o avião se desintegrou completamente. O incêndio causado pela queda queimou várias árvores antes de ser apagado. Alguns moradores daquela zona também disseram aos jornalistas que o avião parecia estar destruído, reduzindo a esperança de encontrar sobreviventes, escreve o New York Times.

Não há mais informações sobre a causa da queda do avião, uma aeronave 737-800 com seis anos, de acordo com o Flightradar24. A CAAC avançou que o avião perdeu contacto quando sobrevoava a cidade de Wuzhou. A bordo seguiam 123 passageiros e nove tripulantes.

Voo desapareceu dos radares

O voo partiu da cidade de Kunming, no sudoeste da China, às 13h11 (5h11 em Portugal), mostram os dados do FlightRadar24. Deveria aterrar em Guangzhou, na costa leste da China, às 15h05 (7h05 em Portugal).

Por volta das 6h20, o avião estava a voar a uma altitude de 29.100 pés (8860 metros), refere o FlightRadar24. Cerca de dois minutos depois, tinha descido para 9075 pés (2766 metros). Trinta segundos depois, quando estava a uma altitude de 3225 pés (cerca de 983 metros) e a uma velocidade de 696 quilómetros, o avião deixou de aparecer nos radares.

O avião terá descido a uma velocidade final de 31 mil pés por minuto (mais de nove quilómetros por minuto).

A página da China Eastern Airlines foi colocada a preto e branco pouco depois de o avião se despenhar, algo que as companhias aéreas costumam fazer como sinal de respeito às vítimas de um acidente aéreo.

O Presidente Xi Jinping pediu que a causa do acidente seja apurada o mais rapidamente possível e que a segurança “absoluta” de outros voos seja assegurada, informou a emissora estatal CCTV. Um porta-voz da Boeing também disse que a empresa está a tentar reunir mais informações sobre o acidente.

China entre os melhores do mundo na segurança aérea

O histórico de segurança do sector aéreo da China está entre os melhores do mundo na última década, escreve a agência Reuters.

De acordo com a Aviation Safety Network, o último acidente fatal na China aconteceu em 2010, quando um jacto regional Embraer E-190, da Henan Airlines, se despenhou ao aproximar-se do aeroporto de Yichun por causa da baixa visibilidade. A bordo seguiam 96 pessoas e 44 morreram. Em 1992, um jacto 737-300 da China Southern Airlines, que fazia a ligação entre Guangzhou e Guilin, caiu na aterragem, matando todos os 141 passageiros que seguiam a bordo.

Em 1994, um Tupolev Tu-154 da China Northwest Airlines, que voava de Xian para Guangzhou, ficou completamente destruído num acidente depois da descolagem, matando todas as 160 pessoas a bordo — é até agora considerado o pior desastre aéreo da China, de acordo com a Aviation Safety Network.

O acidente desta segunda-feira pode tornar-se um dos piores desastres aéreos da China dos últimos anos. Nas últimas duas décadas, o país estabeleceu um recorde de voos relativamente seguros, graças a uma frota de aviões mais jovem e controlos aéreos mais rígidos.

Acidente da Boeing

O avião não era um Boeing 737 Max, um modelo que não voltou a voar na China depois de uma proibição provocada por acidentes mortais na Indonésia em 2018 e na Etiópia em 2019. Mas as companhias aéreas chinesas começaram a requisitar esse modelo depois de as autoridades de aviação chinesas afirmarem, no final do ano passado, que estes aviões poderiam voltar a voar depois de realizadas algumas modificações e introduzidas novas medidas de segurança.

Em 2018 e 2019, dois aviões do modelo 737 Max 8 da Boeing tiveram dois acidentes graves, o que acabou por danificar a reputação da empresa e levantar dúvidas sobre a segurança do modelo.

Em Março, um voo da Ethiopian Airlines com 157 pessoas a bordo, 149 passageiros e oito tripulantes, despenhou-se a caminho de Nairóbi, a capital do Quénia. O Boeing 737 Max 8 tinha partido de Addis-Abeba, capital da Etiópia. Em Outubro de 2018, um avião Boeing 737 Max 8 despenhou-se com 189 pessoas a bordo no Mar de Java, num voo entre Jacarta e a maior cidade da ilha de Bangka, 450 quilómetros a Norte da capital da Indonésia.

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