Trabalhadores da autarquia e serviços municipais de Almada em protesto por direitos laborais

Depois de 37 trabalhadores não-docentes se terem manifestado contra a não-renovação do seu contrato por parte da Câmara Municipal de Lisboa, 39 auxiliares dos jardins-de-infância públicos de Almada protestaram pela sua integração nos quadros. Os sindicatos exigiram ainda a a aplicação do suplemento de penalidade e insalubridade para os trabalhadores do munícipio.

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O protesto decorreu nos Paços do Concelho de Almada Enric Vives-Rubio

Trabalhadores da Câmara Municipal de Almada realizaram esta quinta-feira um protesto pela integração imediata de 39 auxiliares dos jardins-de-infância da rede pública e pela aplicação do suplemento de penosidade e insalubridade.

O protesto, que consistiu numa manifestação entre a Praça da Portela, no Laranjeiro, e o Chalet Ribeiro Telles, na Cova da Piedade, onde estão actualmente instalados os Paços do Concelho, reuniu trabalhadores da autarquia, dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada, da empresa de mobilidade do concelho WeMob e das juntas de freguesia.

Durante a acção de luta, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e pela União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN, os trabalhadores aprovaram quatro resoluções, nomeadamente uma relacionada com as 39 auxiliares com contratos resolutivos em risco de desemprego, 10 das quais já no dia 27 de Março, exigindo assim a sua integração nos quadros.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), estes trabalhadores (38 mulheres e um homem) são essenciais nas salas de aulas dos jardins-de-infância, que sem eles não podem funcionar.

As auxiliares já tinham realizado um protesto em Fevereiro, exigindo uma resposta por parte do executivo camarário.

Outra das resoluções aprovada prende-se com o suplemento de penosidade e insalubridade, exigindo os trabalhadores a maior abrangência possível e o pagamento deste suplemento em todos os dias trabalhados.

Em 21 de Outubro, o Governo aprovou o decreto-lei que procede à fixação de um suplemento remuneratório com fundamento no exercício de funções em condições de penosidade e insalubridade destinado aos trabalhadores integrados na carreira geral de assistente operacional que desempenhem funções em áreas como: recolha e tratamento de resíduos e tratamento de efluentes, higiene urbana, saneamento, limpeza de canis ou asfaltamento de rodovias. O diploma foi promulgado pelo Presidente da República a 3 de Novembro.

De acordo com a proposta apresentada aos sindicatos no início de Outubro, o suplemento é atribuído por cada dia de trabalho e varia consoante o nível de insalubridade ou penosidade, sendo fixando em 3,36 euros para nível baixo e em 4,09 euros para nível médio.

Já para o nível alto de penosidade e insalubridade, o valor fixado por dia é de 4,99 euros ou de 15% da remuneração base, “sendo abonado o que corresponda ao valor superior”.

Cabe ao dirigente máximo ou, no caso das autarquias, ao presidente da câmara ou presidente da junta de freguesia, definir quais os postos de trabalho que terão direito ao suplemento, tal como previsto actualmente.

Os trabalhadores esta quinta-feira em protesto aprovaram ainda uma resolução sobre o processo negocial entre o executivo camarário e as juntas de freguesia para a transferência de competências exigindo um diálogo com o STAL e a garantia de que não haverá perda de serviço público, direitos e condições de trabalho.

Numa outra resolução aprovada, os trabalhadores exigem a aplicação sistemática da Opção Gestionária por parte dos executivos da Câmara Municipal, juntas de Freguesia e Conselho de Administração dos SMAS de Almada, encurtando o tempo para progressão de 10 em 10 anos (em média) para de seis em seis anos (em média), assim como aumentos salariais aos trabalhadores da WeMob, iniciando a reposição do poder de compra destes, referente ao ano de 2009.

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