Lucro dos CTT sobe 130% para 38,4 milhões de euros

CTT fecharam 2021 com crescimento de receitas em todas as áreas de negócio e vão lançar um programa de recompra de acções de 18 milhões de euros.

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O Banco CTT obteve receitas de 99 milhões de euros Sara Jesus Palma

Os CTT registaram lucros de 38,4 milhões de euros em 2021, um aumento de 130% face a 2020 (em que o lucro caiu para 16,7 milhões de euros), graças ao crescimento de receitas de um negócio “com menor dependência do correio tradicional e maior aposta em negócios em crescimento como o Expresso e Encomendas, o Banco CTT e as Soluções Empresariais”.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa presidida por João Bento obteve um lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 729 milhões de euros, ou seja, mais 88 milhões do que em 2020, ano de pandemia.

Ao longo de 2021, os CTT “consolidaram a sua presença ibérica, investindo na ampliação e cobertura da sua rede de Expresso e Encomendas e beneficiando do crescimento deste negócio em Portugal e Espanha”, explica a empresa, que no final de Dezembro tinha um total de 12608 trabalhadores, entre efectivos e contratados.

Os CTT investiram 3,8 milhões de euros neste ramo de negócio, de um investimento total de 36,1 milhões (mais 8,1%) em 2021, ano em que todas as áreas de negócio cresceram em proveitos.

Os rendimentos operacionais cresceram 13,8% para 847,9 milhões, mais 102,6 milhões face a 2020, reflectindo “o desempenho notável” do negócio de encomendas e correio expresso, que contribuiu com mais 62,7 milhões (mais 32,5%, para um total de 255,7 milhões de euros), a actividade do Banco CTT (mais 16,8 milhões, com um crescimento de 20,4%, para 98,9 milhões de euros) e dos serviços financeiros, em que houve um aumento de 11%, ou 4,8 milhões de euros, para 48,9 milhões de euros.

Mas os rendimentos operacionais da área de Correio também cresceram em 2021 – houve um aumento de 17,4 milhões de euros (ou mais 4,1%) em relação a 2020, explicado com maiores contributos da área de soluções empresariais, do correio registado e do correio internacional.

Em Fevereiro deste ano entrou em vigor um novo contrato de concessão para a prestação do serviço postal universal (SPU), sobre o qual a empresa diz que “melhora os mecanismos de decisão e fornece critérios claros para garantir a prestação do SPU em condições económicas sustentáveis”.

O novo contrato que estará em vigor até ao final de 2028 promove “maior equilíbrio entre a continuidade da prestação do serviço postal e o reforço da capacidade da empresa para fazer face aos desafios da transição digital”, dizem ainda os CTT, presididos por João Bento.

A empresa espera “uma melhoria estrutural na rentabilidade dos serviços de correio”.

Sobre o Banco CTT, a empresa frisa que o “crescimento foi principalmente impulsionado” pela parceria com a Sonae Financial Services, que se iniciou em Abril, e em que o Banco CTT passou “a ser o único credor em relação à carteira de crédito do Cartão Universo”.

O negócio gerou rendimentos de 10,2 milhões de euros, com um volume de balanço líquido de 292,1 milhões no final de Dezembro, que ficou “acima das expectativas iniciais”.

O crescimento dos rendimentos do banco também contou com a performance positiva da margem financeira, que subiu 25%, para 55,8 milhões em 2021. “As comissões recebidas desta área de negócio atingiram 39,3 milhões de euros, mais 5,8 milhões de euros (+17,5%) face a 2020”.

A administração dos CTT vai propor aos accionistas o pagamento de um dividendo de 12 cêntimos por acção. “Em simultâneo”, vai ser posto em marcha um “programa de recompra de acções no montante global de 18 milhões de euros, equivalente 2,7% da capitalização bolsista dos CTT à data”, que deverá ficar concluído até ao final do ano.

Os objectivos são “a recompra de um máximo de até 4,65 milhões de acções, representativas de até um máximo de 2.325.000 euros, que corresponde a 3,1% do capital social”, com posterior “redução de até ao mesmo montante do capital social mediante extinção das acções próprias adquiridas”.

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