Uma profissão na linha da frente

No dia em que se celebra o Dia Mundial do Serviço Social, importa reflectir o importante papel que os e as assistentes sociais têm em várias áreas de intervenção social, na linha da frente pela defesa dos direitos humanos e em particular também na construção de comunidades mais sustentáveis.

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As notícias que nos relatam o agravamento das alterações climáticas e as suas consequências são cada vez mais frequentes e esclarecedoras. A janela temporal para reverter alguns efeitos está a esgotar, sendo certo que os esforços de adaptação serão cada vez maiores.

A questão que nem sempre é evidenciada é que, conforme indica o mais recente relatório do IPCC, as consequências das alterações climáticas e a nossa subsequente inacção também irão agravar as desigualdades sociais. Isto porque os que menos contribuíram para as alterações climáticas – populações com salários baixos e nações em desenvolvimento – irão sofrer mais directamente algumas das consequências, como o impacto do calor extremo e de doenças transmitidas por vectores, por terem também menos recursos.

Também na saúde mental os impactos serão mais significativos em populações mais vulneráveis, uma vez que os desastres naturais e as secas prolongadas estão cada vez mais a ser associadas ao transtorno de stress pós-traumático, ansiedade e depressão.

No dia em que se celebra o Dia Mundial do Serviço Social, que este ano tem como lema “co-construindo um novo mundo eco-social, sem deixar ninguém para trás”, importa reflectir o importante papel que os e as assistentes sociais têm em várias áreas de intervenção social, na linha da frente pela defesa dos direitos humanos e em particular também na construção de comunidades mais sustentáveis.

Os e as assistentes sociais são elementos fundamentais para o processo de mudança em curso por todo o mundo em direcção a uma sociedade mais sustentável e na adaptação das comunidades aos efeitos das alterações climáticas. Quer seja na mediação entre as populações com quem trabalham e os órgãos de decisão, podendo ser promotores de soluções para problemas sentidos tanto ao nível individual como comunitário, quer numa perspectiva de empowerment, apoiando as comunidades no processo de adaptação e adopção de comportamentos e práticas do dia-a-dia mais sustentáveis e que conduzam a uma maior resiliência.

A integração de uma dimensão ambiental no serviço social torna-se assim essencial no paradigma actual, focando-se na promoção do equilíbrio entre pessoas, progresso e ambiente para que o desenvolvimento se reja pelo respeito pelas gerações futuras e pela promoção do bem-estar das populações actuais. Por outro lado, o reconhecimento do serviço social, enquanto profissão que está presente na linha da frente, deve também ser tido em consideração na formulação de programas e políticas que visem a melhoria do bem-estar social.

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