Roménia

"Em casa temos sempre medo, mas é difícil sair"

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Na fronteira da Ucrânia com a Moldova, em Palanca, Tatiana Chebac, que pertence a uma organização de advogados a trabalhar nesta fronteira com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), diz que os que agora cruzam a fronteira têm características diferentes das que se viam ainda na semana passada.

“Até quinta-feira passada vinham pessoas com mais dinheiro, que tinham um plano. Agora perguntamos às pessoas que chegam quando decidiram vir e respondem ‘hoje de manhã, ontem ao final da tarde’. É uma decisão de última hora e há pessoas mais vulneráveis, idosos e com deficiências. São pessoas que esperaram até ao último minuto que a situação mudasse”, conta.

 Vera Iljina, de 28 anos, segura o cão Chicho e não contém as lágrimas enquanto recorda a partida de Mykolaiv, sob o olhar atento da filha Maria, de 5 anos. “É muito, muito difícil, estou sempre a chorar. O meu marido está em casa e não sei o que vai acontecer. Tinha medo todos os dias em casa, mas é difícil partir”, diz, entre lágrimas. Além do marido, Vera deixou os pais na cidade que tem estado a ser bombardeada pelas forças russas. Por enquanto, vai para casa dos sogros, em Itália, com a filha e o cão.