Há oito mil anos, já havia múmias no vale do Sado

Esqueletos descobertos em Portugal mostram que a mumificação na Europa pode ter sido uma prática muito mais antiga do que se pensava. Sepulturas foram escavadas há 60 anos, mas só agora a investigação pôde chegar à conclusão de que os corpos foram preparados antes do enterramento. E tudo graças a três rolos de filme que nunca tinham sido revelados.

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A investigadora Rita Peyroteo-Stjerna a trabalhar num dos esqueletos recuperados nos concheiros mesolíticos do Sado nos anos 1950-60, hoje guardados no Museu Nacional de Arqueologia José Paulo Ruas
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Posição típica de enterramento nos concheiros mesolíticos do vale do Sado: o morto era colocado na sepultura sobre as costas, com os braços e pernas flectidos e colocados junto corpo. Escavação do concheiro de Arapouco, em 1962 Arquivo Farinha dos Santos/Cortesia: João Luís Cardoso

Há oito mil anos, a paisagem seria um pouco diferente, mas o rio já lá estava, assim como os cabeços onde os grupos de caçadores-recolectores sepultavam os seus mortos. Fizeram-no em concheiros, espaços repletos de vestígios de alimentos de origem marinha, lugares de vida, mas também de morte, que foram usados ao longo de gerações, sem que as práticas quotidianas colidissem com as funerárias.

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