Em Trás-os-Montes, o que vem da terra já não chega para o gado e as abelhas

Numa região habituada ao verde das suas serras e dos seus pastos nos Invernos de neve e chuva, as vacas, ovelhas, cabras e abelhas estão a ficar sem o que comer e beber. As forragens não medram, a água escasseia, as flores não têm néctar, depois de um mês em que mais de 60% do país estava em seca extrema. Resta recorrer às rações, uma solução não só cara mas também agora ameaçada pela guerra.

“Anda, ‘Vaidosa!’” Filomena chama a vaca barrosã, corpo castanho e cornos enormes, para que entre no estábulo. É hora de recolher, já depois das cinco e meia da tarde. Chama ainda a “Fanny”, a “Gabi”, a “Boneca” e outras tantas. “Todas têm nomes.” E Filomena e o marido, Alfredo, distinguem-nas bem. Os animais pastam junto de uma levada, numa nesga de terreno onde umas ervinhas verdes despontam, contrastando com a restante propriedade com pasto amarelado e seco. “Elas cá fora não têm praticamente nada que comer e põem-se aqui à espera da hora do recolher”, repara Filomena.

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