Solidary Bed quer dar um tecto (e um futuro) aos refugiados ucranianos — e todos podem ajudar

O movimento Cama Solidária pretende criar uma plataforma de ajuda aos refugiados ucranianos que se estenda pela Europa. Recorrendo a uma rede de milhares de voluntários, quer dar ”apoio total” e ajudar a reunir condições para que as pessoas possam “ser auto-sustentáveis”.

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ADRIANO MIRANDA/PUBLICO

A Cama Solidária está de regresso com um novo nome (Solidary Bed) e em novos moldes, para acolher e reinserir refugiados ucranianos e as suas famílias. À luz do fluxo migratório provocado pela guerra, o movimento quer encontrar uma casa para quem precisar e criar condições (como acesso a documentação ou oportunidades de emprego) para recomeçarem as suas vidas. “Essas pessoas não precisam só de um conforto, mas também de um futuro”, diz ao P3 o criador do projecto, Ricardo Paiágua.

A procura e oferta de ajuda faz-se através do site. Pode-se indicar a disponibilidade para vagas de emprego ou alojamento, devendo neste caso indicar-se a localização e por quanto tempo se podem acolher os refugiados.

“Nós não queremos só arranjar casa, queremos dar apoio total”, adianta Ricardo Paiágua. “Precisam de ser auto-sustentáveis.” A partir do momento em que estabelece o contacto com o refugiado, a Solidary Bed trata de perceber quais são as suas necessidades e em que zona da Europa procura asilo. Posteriormente, recorrendo à rede interna de voluntários e de parceiros, são disponibilizados os meios para a pessoa (ou a família) ter acesso ao que precisa.

Ricardo Paiágua explica que, depois dessa fase, pretendem mobilizar voluntários por georreferenciação para que estes possam contribuir com donativos e prestar acompanhamento. “É quase como criar um padrinho para essa família”, conclui.

A Cama Solidária nasceu em Portugal, no seio da pandemia, para prestar ajuda aos profissionais de saúde. Perante as novas dificuldades que se sentem, mudou o nome para inglês e pretende estender-se para lá das fronteiras, para criar uma plataforma que funcione a nível europeu. Nesta fase inicial, o foco é a divulgação desta campanha através das redes sociais Facebook, Instagram e do site, de forma a conseguirem alcançar mais pessoas e iniciar o processo.

Esta acção é uma das várias lançadas pela agência de comunicação uppOut, que já promoveu outros movimentos, inclusive durante o confinamento, como Acolhe um herói, Acolhe uma refeição, Acolhe um trabalho, Acolhe um empresário ou Computador Solidário. Actualmente, conta com uma extensa rede de parceiros e milhares de voluntários espalhados pelo país.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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