Treinadores de Sporting e FC Porto desvalorizam discussão: “O Rúben não me faltou ao respeito”

Rúben Amorim diz que penálti trouxe de volta os “dragões” para o jogo, enquanto Sérgio Conceição admite dificuldades na primeira parte. Eliminatória está longe de estar fechada, asseguram os técnicos.

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Rúben Amorim, treinador do Sporting LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O FC Porto agarrou a vantagem na meia-final da Taça de Portugal, depois de vencer o Sporting em Alvalade por 2-1 na primeira “mão” da eliminatória. Rúben Amorim considera o ponto decisivo do encontro esteve no penálti que deu a igualdade aos “dragões”, lamentando que depois da igualdade a equipa não se tenha conseguido reorganizar antes de sofrer o segundo golo. Para os portistas, a reviravolta no marcador consumou-se em apenas cinco minutos, com Rúben Amorim a reconhecer que a ansiedade da equipa dificultou a chegada à baliza adversária.

“Na primeira parte estivemos bem, criámos oportunidades. Depois, um bocadinho como no jogo contra o Sp. Braga, marcámos um golo e depois com um penálti desnecessário metemos o Porto no jogo. Aí ficámos ansiosos, quisemos ir marcar logo outro golo e acabámos por sofrer sem ter tempo para equilibrar a equipa. O que temos de fazer para a segunda mão [da eliminatória]? Marcar pelo menos dois golos e tentar ganhar o jogo”, resumiu Rúben Amorim.

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Pepe segura tocha lançada por adeptos do Sporting MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Depois do apito final de Artur Soares Dias no clássico desta quarta-feira, os treinadores dos dois clubes envolveram-se numa conversa acesa no centro do relvado. Claramente enervado, Rúben Amorim fazia com a mão o tradicional gesto a imitar a simulação, enquanto Sérgio Conceição ouvia as queixas do adversário. O motivo prendeu-se com os aplausos do banco portista para a admoestação de Porro, que viu o cartão amarelo após simulação. Contudo, tanto Conceição como Amorim desvalorizaram o incidente, traçando uma linha clara desta conversa com os incidentes do último encontro entre as duas equipas.

“É bastante normal, este ano estou mais calmo. [A conversa] Não teve nada a ver com a perda de tempo. Achei bastante irónico o Porro ter levado cartão amarelo por simulação e o banco do Porto ter aplaudido. Achei irónico, foi isso que disse ao treinador do Porto. Eu nunca fui santo, nunca vou ser santo. Quando sinto, sinto. Mas há coisas há bem piores no futebol português”, clarificou Rúben Amorim.

Da parte de Sérgio Conceição, não há desculpas para serem pedidas: “O Rúben não me faltou ao respeito. Na nossa conversa, não houve nada. O que criou a situação foi uma falta que eu achei que não era. A segunda simulação que o Porro faz dá cartão amarelo. Eu aplaudi e houve irritação. Devia dar valor ao ambiente dos adeptos entre Porto e Sporting. Claramente que estas coisas não ficam bem, o que aconteceu no Dragão foi muito feio, mas hoje não teve nada a ver com isso.”

Pela terceira vez esta temporada, o FC Porto consegue impedir a vitória dos “leões” após estar em desvantagem. Neste caso, a equipa de Sérgio Conceição levou mesmo de vencido o rival de Alvalade. Reconhecendo algumas dificuldades em chegar ao último terço do terreno nos primeiros 45 minutos, o treinador viu uma mudança na segunda parte, com a recuperação da intensidade e agressividade, fruto também da alteração tripla que promoveu após chegar à igualdade.

“Há algo inegociável nesta equipa: a nossa identidade, a agressividade que temos no jogo e a intensidade que metemos nos duelos. Não estivemos tão bem no último jogo [frente ao Gil Vicente] e eles perceberam isso. Estas são as características principais da nossa equipa. Se tivermos isso, com a qualidade que temos, estamos mais perto de ganhar os jogos. Hoje foi por aí, na minha opinião. Vimos momentos fantásticos da equipa e outros em que tivemos de sofrer. Jogámos contra uma boa equipa e é isso que eu quero. Mais importante foi a entrada dos reforços — não lhes chamo suplentes — e hoje não foi o treinador que acertou nas substituições mas a qualidade e forma determinada que os jogadores entraram no jogo.”

Amorim e Conceição estão completamente de acordo na discussão sobre a eliminatória: ainda há 90 minutos para serem jogados e a passagem ao Jamor ainda não está decidida. Mas, até lá, há mais jogos para serem disputados. Quando for altura, voltam a virar baterias aos rivais.

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