Tondela e Mafra disputam entrada na história
Em risco no campeonato, a equipa da casa não quer ser mais uma vítima do “tomba-gigantes” de serviço da competição, que vai tentar inflaccionar o preço a pagar pelo adversário por estar em duas frentes.
Tondela e Mafra encontram-se esta quinta-feira (20h15, SPTV1) no Estádio João Cardoso em busca de importante vantagem no jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, com o penúltimo classificado da I Liga atento a um “tomba-gigantes” profissional totalmente focado na prova-rainha e numa presença histórica na final.
Depois de ter eliminado Moreirense e Portimonense, o Mafra, orientado por Ricardo Sousa, não abdica do estatuto de elo menos forte desta meia-final, atribuindo ao adversário um favoritismo que o próprio treinador do Tondela procura desvalorizar.
A jogar em casa esta primeira mão, o espanhol Pako Ayestarán precisa de um resultado confortável para a viagem a Mafra. Seja pela oportunidade única de estar na final, seja pela importância e impacto que o simplificar da eliminatória teria no campeonato. Em posição de despromoção, depois de quatro derrotas consecutivas em Fevereiro, o Tondela dispensa o drama vivido em épocas recentes, tendo definido como maior objectivo da época a permanência, o que deixa margem ao Mafra para explorar no campo psicológico.
Ricardo Sousa destaca a mentalidade que vem imprimindo à equipa, um pouco à imagem dos valores recebidos nos anos de “dragão”, e sublinha a identidade colectiva do grupo que orienta, sem esquecer o peso do Tondela.
“Tem bons jogadores e é uma equipa bem orientada. O favoritismo está do lado deles. Mas acreditamos que podemos alcançar uma final inédita”.
Discurso anotado por Ayestarán, que destaca a necessidade de “manter a humildade de reconhecer que será muito difícil” enfrentar o Mafra. O Tondela “não pode ter ansiedade, nem cair no erro de achar que se soluciona a eliminatória nos primeiros 15 minutos, pois há uma segunda volta em Mafra”.
“O Mafra demonstrou ser competitivo e eliminou equipas da Liga, como o Moreirense e Portimonense”, alertou o técnico espanhol, procurando que a equipa não se disperse.
“O jogo mais importante é este, independentemente de o grande objectivo do Tondela ser a permanência. Mas é uma meia-final e vamos com a máxima intensidade e responsabilidade”, assumiu.