FC Porto ganha vantagem na luta pela final da Taça de Portugal

Sporting marcou primeiro, mas um penálti de Taremi e o máximo goleador da competição deram a volta ao resultado e consumaram a primeira vitória portista, em Alvalade, dos últimos 30 anos na prova-rainha.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O FC Porto bateu, por 1-2, esta quarta-feira, o Sporting na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, em Alvalade, construindo importante vantagem na luta pela final da competição, com a segunda mão agendada para 20 de Abril, no Estádio do Dragão. Os “leões” marcaram primeiro, por Sarabia (49'), mas Taremi (59') de penálti e Evanilson (64') consumaram a reviravolta e o primeiro triunfo dos “dragões” em Alvalade para a prova-rainha, nos últimos 30 anos.

Sérgio Conceição surpreendeu ao prescindir de Otávio, apostando na maior frescura de Grujic e Uribe, um escudo preparado para absorver a primeira onda de choque de um duelo que se esperava nervoso.

E isso impactou o jogo portista, que tentou viver da criatividade e imprevisibilidade de Vitinha e Fábio Vieira, sem, contudo, nunca conseguir libertar-se da respiração forte dos “leões”.

O Sporting contava com a pressão alta dos “azuis e brancos”, mas acabou por conseguir inverter os papéis e assumir o cerco à área de Marchesín, muito por culpa de algumas hesitações dos “dragões” na tentativa de promoverem um jogo associativo baseado no toque curto e apoiado que terminava, invariavelmente, com os centrais a entregarem a bola ao guarda-redes.

O Sporting partia, então, à procura de um erro, de uma precipitação e do golo que raramente chegou a ser anunciado. O primeiro tempo resumiu-se, mesmo, a um remate muito perigoso de Matheus Nunes, a falhar o alvo por centímetros.

Tudo por culpa de um jogo excessivamente táctico, com o FC Porto aparentemente mais interessado em baixar o ritmo, atraindo o Sporting para explorar uma ou outra investida de Evanilson, aguardando, em alternativa, por uma bola parada capaz de proporcionar a centelha que o futebol corrido não produzia.

Aliás, descontando alguns equívocos do árbitro, que embarcou ingenuamente nas simulações de faltas das duas equipas, travando ainda mais o espectáculo, o jogo também não fluía porque o FC Porto olhava pouco para a baliza, boicotando os próprios interesses com um toque a mais em momentos que poderiam levá-lo a criar desequilíbrios.

Golo de laboratório

Otávio aquecia antes do intervalo chegar, mas era Rúben Amorim quem mexia no reinício, com Edwards no lugar de Nuno Santos. E a tarefa “leonina” haveria de ficar mais simples logo a abrir num livre de Porro que Sarabia transformou em golo de laboratório, forçando o FC Porto a abdicar do seu papel especulativo. De pronto, Taremi esteve perto de desfazer a vantagem dos locais, mas Neto, com toque subtil, evitou que o iraniano fosse mais longe. E quando Conceição preparava uma substituição tripla, Porro derrubou Evanilson e Soares Dias concedeu o penálti que o VAR confirmou apesar dos protestos e Taremi transformou na igualdade que abalou a confiança do “leão”.

Finalmente, o jogo embalava já com Otávio, João Mário e Pepê em campo e o FC Porto voltava a festejar após jogada de insistência de Pepê, com toque artístico de Taremi e finalização de Evanilson, o goleador da competição, com sete golos, e também dos “azuis e brancos”, com 16 golos, tantos como Luis Díaz.

O quadro poderia ter-se agravado drasticamente para Rúben Amorim, mas a arbitragem ignorou um toque de Ugarte em Pepê, na área sportinguista.

O Sporting acabou por nunca recuperar do golpe de Evanilson, cedendo mesmo a primeira derrota perante o FC Porto numa prova a eliminar nos últimos sete confrontos, depois de levar a melhor por três vezes na Taça de Portugal e outras três na Taça da Liga. E no final ainda houve tempo para uma troca de palavras entre Rúben Amorim e Sérgio Conceição, com o treinador “leonino” a praticamente encostar a sua testa à do portista.

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