MSC e Maersk reduzem transporte de carga para a Rússia aos bens essenciais

Líderes mundiais de carga contentorizada decidiram suspender escalas em portos russos a toda carga que não seja alimentação, equipamento e ajuda humanitária

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As duas maiores companhias de carga em contentores deixaram de escalar portos russos, a menos que a carga seja alimentar, médica ou alimentar Reuters/AJENG DINAR ULFIANA

Do Mar Negro, palco do conflito surgido após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Vladivostoque, incluindo o Mar Báltico, a costa russa vai passar a ter a partir de hoje muito menos escalas de navios de carga.

A Mediterranean Shipping Company (MSC), com sede na Suíça, e a rival dinamarquesa Maersk, os dois maiores grupos mundiais de transporte de carga por via marítima, anunciaram esta terça-feira que vão suspender temporariamente o envio de navios de e para a Rússia, na sequência da imposição das sanções da União Europeia, Reino Unido, Suíça, EUA, Canadá e Japão a Moscovo.

O grupo MSC (que é dono também da companhia de cruzeiros homónima) anunciou hoje, em comunicação aos clientes citada pela Reuters, que a partir de 1 de Março iniciou “uma paragem temporária de todas as reservas de carga de e para a Rússia, cobrindo todas as áreas de acesso incluindo o Báltico, Mar Negro e extremo Oriente da Rússia”.

“O MSC continuará a aceitar e a seleccionar reservas para entrega de bens essenciais, tais como alimentos, equipamento médico e bens humanitários”, afirmou.

Em comunicação separada, a Maersk, por seu turno, disse que suspenderia temporariamente todo o transporte de contentores de e para a Rússia, acrescentando também que a suspensão , que abrangia todos os portos russos, não incluiria alimentos, material médico e humanitário.

“Como a estabilidade e segurança das nossas operações já está a ser directa e indirectamente afectada pelas sanções, novas reservas [de transporte] pela Maersk no oceano e por terra, para e da Rússia, serão temporariamente suspensas”, disse a empresa numa declaração. Já na quinta-feira, a companhia dinamarquesa tinha dito que colocava a sua operação na Rússia sob análise, depois de ter avisado os clientes que deixaria de escalar os portos ucranianos.

As duas comunicações vão isolar ainda mais a Rússia em termos de escalas de navios de carga – prejudicando importações e exportações de produtos para e da Rússia - depois de já a alemã Hapag Lloyd e a Ocean Network Express (com sede em Singapura) terem feito o mesmo entre o final da semana passada e esta segunda-feira.

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