Além da resistência de Kiev, o que se está a passar em outras cidades sob ataque russo

A Rússia reclamou a conquista de Melitopol, no Sudeste da Ucrânia. Outras cidades de Norte a Sul tentam resistir ao invasor.

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Foto partilhada nas redes mostra uma bandeira russa hasteada numa das principais esquadras da polícia de Melitopol DR

Com Kiev a tentar resistir ao assalto das tropas russas, outras cidades ucranianas continuavam este sábado sob ataque do invasor. Eis um ponto da situação do que está acontecer no terreno.

Melitopol

A Rússia reclamou este sábado ter assumido o controlo de Melitopol, no Sudeste da Ucrânia, próxima da Crimeia, no que seria a captura da sua primeira cidade importante no país desde o início da invasão, segundo a agência russa Interfax, que cita o Ministério da Defesa da Rússia.

O cerco a Melitopol, com cerca de 150 mil habitantes, começou logo na quinta-feira e contou com o apoio de navios de guerra russos, mobilizados no Mar Negro. A informação foi desvalorizada por James Heappey, secretário de Estado da Defesa britânico.

“Até em Melitopol, que os russos dizem que conquistaram, não conseguimos ver nada de substancial; ainda está em mãos ucranianas”, disse à BBC. No entanto, fotografias partilhadas nas redes sociais mostram uma bandeira russa hasteada numa das principais esquadras da polícia da cidade. A imagem foi verificada e confirmada pela Sky News.

Mariupol

A estratégica cidade portuária de Mariupol, na costa do mar de Azov, no Sudeste da Ucrânia, estava este sábado sob forte ataque das forças russas. “Estão a ocorrer intensos combates perto de Mariupol”, disse o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak, acrescentando: “Mas não há qualquer hipótese de Mariupol se render ou ser capturada.”

"Estão a bombardear escolas, blocos de apartamentos”, disse o presidente da câmara da cidade, Vadim Boychenko, numa comunicação televisiva.

Enquanto as forças ucranianas tentavam bloquear com árvores as principais vias de acesso à cidade de 430 mil habitantes, onde se situa o principal porto do Leste da Ucrânia, dezenas de moradores dirigiam-se para o hospital de Mariupol para doar sangue.

Segundo Podolyak, havia também combates nas cidades de Odessa e Kherson, no sudeste da Ucrânia.

Mykoilav

Situada junto ao mar Negro, no sul da Ucrânia, a cidade de Mykoilav, com quase meio milhão de habitantes, preparava-se este sábado para um ataque em força, depois das tropas russas terem conseguido romper as linhas de defesa em Kakhovka, a leste.

“Recebemos a ordem para nos prepararmos para a defesa da cidade. Temos informações de que 12 tanques russos romperam as linhas na direcção de Kakhovka, seguidas pelas forças inimigas”, informou o chefe da administração regional Vitalii Kim, através da rede social Telegram.

Lviv

Apesar dos combates ainda não terem chegado a Lviv, as autoridades começaram a montar postos de controlo de segurança em redor da cidade situada no Oeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Polónia. Durante este sábado, as sirenes soaram várias vezes, ao mesmo tempo que as plataformas da estação ferroviária continuavam cheias de pessoas a tentar fugir.

Durante a tarde, a embaixada de Portugal na Ucrânia recomendou que os portugueses ainda em Lviv abandonassem a cidade, já que a situação de segurança poderia “agravar-se a qualquer momento”.

Ao início de amanhã, os Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU) desmentiram a informação, pelo presidente da câmara de Lviv, Andriy Sadovy, de que três helicópteros russos tinham pousado na cidade de Brody, na região de Lviv. Segundo Sadovy, as forças ucranianas teriam repelido o ataque.

A SBU disse que a informação era falsa e que um helicóptero ucraniano efectuara um voo de reconhecimento na área. “Pedimos aos moradores que mantenham a calma!”, apelou o SBU num comunicado publicado no Facebook.

A administração regional de Lviv adiantou que as imagens que circulavam nas redes sociais mostravam um helicóptero ucraniano e não russo. “Está tudo calmo em Brody. Não há motivo para preocupações”.

Sumy

A administração municipal de Sumy, no nordeste da Ucrânia, informou este sábado que decorriam combates nas ruas da cidade, pedindo aos residentes que ficassem em casa.

As autoridades da cidade adiantaram também que um comboio russo de camiões-cisterna que se dirigiria para Kiev foi destruído pelas forças de defesa territorial de Sumy. A cidade de cerca de 260 mil habitantes, junto à fronteira com a Rússia e perto de Kharkiv, foi fortemente bombardeada na madrugada de quinta-feira, quando começou a invasão.

Chernihiv

A cidade de Chernihiv, no Norte da Ucrânia, estava este sábado sob forte fogo de artilharia russa a partir de veículos de lançamento de rockets GRAD, de acordo com um comunicado da administração regional citadas pela agência noticiosa Ukrinform. “Atenção! Tropas russas estão a bombardear a cidade com Grads”, dizia o comunicado.

Ao início da manhã deste sábado, o presidente da câmara de Chernihiv, Vladyslav Atroshenko, pediu aos residentes que se preparassem para combater nas ruas da cidade, que tem 285 mil habitantes. Ao final da tarde, o Ministério da Defesa afirmou que as forças ucranianas tinham capturado vários tanques russos.

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