Accionista russo do Banco Finantia na lista de sanções do Reino Unido e EUA

O VTB, controlado por Moscovo, detém 12,2% do banco português. Investimento directo russo em Portugal tem vindo a subir ao longo dos últimos anos, chegando aos 305 milhões de euros no final de 2021.

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Banco é controlado pelo Estado russo e detinha 12,2% do Finantia no final de 2020 Reuters/EVGENIA NOVOZHENINA

O banco russo VTB, que detém 12,2% do banco português Finantia (dados do final de 2020, os mais recentes), é uma das entidades já visadas pelas sanções a aplicar pelo Reino Unido e pelos EUA na sequência da invasão da Ucrânia. O controlo do banco português pertence à Finantipar, ligada a António Guerreiro (com 63%).

O VTB, um dos maiores bancos russos e maioritariamente controlado pelo Estado, é um accionista de longo prazo da instituição financeira criada em 1992, ligada à banca corporativa e de investimentos. De acordo com o próprio banco, os mercados de leste europeu são um dos seus palcos de operação, e pertence a associações bancárias como a Association of Foreign Banks, em Londres, a International Capital Market Association (ICMA) e a International Trading and Forfaiting Association (ITFA).

Na eventualidade de sanções por parte da União Europeia, segundo noticiou o Expresso com base numa fonte do banco, não identificada, isso poderia ter consequências ao nível da distribuição de dividendos, mas também criar dificuldades numa eventual venda da posição. O banco tem um conselho estratégico, que funciona como órgão de aconselhamento, onde têm assento representantes dos accionistas. No caso do VTB, estes são Igor Souvorov, Alexei Mitrofanov e Riccardo Orcel, sendo este último, de acordo com o Expresso, um cidadão espanhol com funções de topo no VTB. O vice-presidente e chairman do VTB, Denis Bortnikov, também é alvo de sanções a título pessoal.

Capital russo a subir em Portugal

Em 2021, de acordo com os dados do Banco de Portugal e da AICEP, houve um aumento líquido do investimento directo russo no país avaliado em 58 milhões de euros, elevando o total aplicado no território nacional para 305 milhões de euros. Em termos absolutos, a subida registada em 2021 foi a maior de que há registo.

O investimento directo russo começou a ganhar ritmo em 2010, ano em que o stock total estava nos 39 milhões, e desde então tem vindo a crescer, à excepção de 2015 em que sofreu uma ligeira diminuição. Em termos absolutos, a subida registada em 2021 foi a maior de que há registo. Em sentido contrário, no final do ano passado Portugal tinha apenas 21,4 milhões aplicados na Rússia, mais 7% do que em 2020.

O investimento directo da Ucrânia em Portugal não tem expressão, segundo os dados oficiais, e o stock do investimento de Portugal é de apenas 4,7 milhões.

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