Klugit: a tomada inteligente portuguesa que quer acabar com as perdas de energia dos cilindros

As perdas de energia também acontecem quando os aparelhos estão em stand-by, por isso Tiago Bandeira criou o klugit – uma tomada e sensor de temperatura para termoacumuladores que aquece água quente apenas quando é necessário. A Klugit Energy está à procura de financiamento através de uma campanha de crowdfunding no Kickstarter.

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Klugit Energy

Aquecerias água de manhã para tomar um chá durante a tarde? Neste caso pode não parecer a melhor ideia, mas noutras situações pode representar uma poupança significativa ao final do mês. Um exemplo? Os banhos.

Foi a pensar nisto que Tiago Bandeira criou o klugit, uma tomada inteligente para termoacumuladores que aquece a água apenas quando é necessário. A ideia, que surgiu enquanto fazia experiências em casa, não é nova – mas o facto de ter uma aplicação que detecta rotinas torna-a mais eficiente do que qualquer outra do mercado.

“Tenho painel solar e esquentador e reparei que a água quente do painel ainda demorava tempo até chegar ao esquentador”, começa por explicar o criador, em entrevista ao P3. “Coloquei uma tomada com controlo remoto que ligava se soubesse que estava um dia com Sol. E se estivesse um dia chuvoso ligava logo o esquentador, porque já sabia que não ia ter água quente solar.”

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A experiência não é muito diferente do produto final. Cada klugit é composto por uma tomada e um sensor de temperatura e a instalação é simples: depois de descarregar a aplicação disponível para IOS e Android, basta ligar o cilindro à tomada inteligente e o sensor à mangueira de água quente. A aplicação detecta as rotinas dos clientes e aquece a água antes de a pessoa precisar.

“Sabemos que temos de entregar um banho às 18h, mas em vez de aquecer água às 17h, podemos fazê-lo ao meio dia porque vai beneficiar mais das energias renováveis”, explica o CEO de 38 anos. O projecto está, até ao dia 2 de Março, à procura de financiamento através de uma campanha de crowdfunding na plataforma Kickstarter para iniciar a fase de produção e comercialização. ​O contributo mínimo é de 1 euro e, ainda que os fundos angariados já superem os 10 mil euros, o objectivo é conseguir o maior valor possível para validar a ideia e atrair investidores.

Fundada há três anos, a startup aveirense já instalou 20 protótipos em várias casas, “em Aveiro, Lisboa e Açores, São Miguel”, conta Tiago. Desta forma minimizam-se as perdas de energia que ocorrem quando os equipamentos de aquecimento não estão a ser utilizados. “Na Europa, estimamos que a electricidade que é desperdiçada pelos termoacumuladores emite tanto dióxido de carbono como dois milhões de carros e esse é o principal problema que queremos atacar”, assegura o empreendedor.

A Klugit Energy disponibiliza no site uma calculadora para que os clientes possam avaliar o actual desperdício energético. Os níveis de poupança variam consoante o agregado familiar, mas, segundo os cálculos da empresa, com este dispositivo uma família de quatro pessoas poupa, em média, 100 euros por ano.

Além da eficiência energética, o klugit permite a poupança a nível de tarifas. “O nosso aparelho adapta-se automaticamente ao tarifário tri-horário e dá sempre para aquecer água durante as tarifas mais baratas, tirando a preocupação às pessoas de quando é que podem programar ou não o termoacumulador.”

A empresa espera colocar o produto à venda em Portugal e no mercado internacional a partir de Setembro por 80 euros. Numa primeira fase, a única opção será a compra; contudo, a equipa planeia oferecer a opção de alugar o serviço, “tal como uma box de uma operadora de telecomunicações”.

O site da empresa e as lojas Leroy Merlin e Worten (do grupo Sonae, dono do PÚBLICO) serão alguns dos postos de venda. Adicionalmente, os clientes podem ainda adquirir o produto através de empresas de electricidade como a EDP ou a Electricidade dos Açores. A ideia é que as empresas contactem os clientes sobre o novo dispositivo — “ou idealmente ofereçam o nosso produto como boas-vindas caso alterem de operadora de electricidade”, revela Tiago.

Preocupada com a pegada ambiental, a Klugit Energy aposta também num design sustentável desde a concepção do produto até à imagem final, já que a embalagem é de cartão e “uma grande fatia dos componentes dos aparelhos recorre a plástico reciclado dos oceanos”.

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