Forças russas já controlam central nuclear de Tchernobil

Complexo nuclear de Tchernobil perto de Kiev já foi tomado pelas forças russas.

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Tchernobil foi palco, em 1986, do mais grave desastre nuclear da história mundial David W Cerny/Reuters

A zona de exclusão em torno da central nuclear de Tchernobil, a norte de Kiev e junto à fronteira com a Bielorrússia, já está sob controlo das autoridades russas. A confirmação foi feita, na quinta-feira ao final da tarde, pelo primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal.

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A informação foi também avançada por Mykhaylo Podolyak, conselheiro de Shmygal, em declrações ao jornal britânico The Guardian. “É impossível dizer se o complexo nuclear de Tchernobil está seguro depois de um ataque da Rússia. Este é um dos momentos de ameaça mais séria na Europa”, disse.

“As forças de ocupação russas estão a tentar tomar Tchernobil. As nossas defesas estão a sacrificar as suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita. Reportei isto à primeira-ministra da Suécia. Isto é uma declaração de guerra contra toda a Europa”, escreveu ainda antes o Presidente ucraniano Volodimir Zelensky na rede social Twitter.

Tchernobil foi palco, em 1986, do mais grave desastre nuclear da história mundial, quando a explosão de um reactor na central nuclear emitiu doses letais de radiação para uma vasta área da Europa de Leste. Desde então, uma zona de quase 3.000 quilómetros quadrados em torno da central permanece sob acesso restrito devido aos elevados níveis de radioactividade. Esta área, no entanto, situa-se na rota mais directa entre Kiev e a fronteira bielorrussa, ganhando um especial interesse estratégico no actual conflito.

A Rússia lançou na madrugada desta quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no Leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

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